Em investigação

Padre ordotoxo é baleado em Lyon

Crime ocorre em meio a serie de ataques na França, e investigação sobre suspeito continua

Por AFP e Folhapress
Publicado em 31 de outubro de 2020 | 14:37
 
 
 
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Lyon, França. Um padre ortodoxo de nacionalidade grega levou um tiro de espingarda de cano serrado neste sábado (31) em Lyon, cidade no sudoeste da França, por volta das 16h no horário local (12h, no horário de Brasília), informou à AFP uma fonte da polícia. 

O padre "estava fechando sua igreja", explicou a fonte, que acrescentou que ele está em estado grave e que o suspeito fugiu. De acordo com o promotor de Lyon, Nicolas Jacquet, uma pessoa foi detida após o ataque. "Uma pessoa que poderia corresponder à descrição dada pelas primeiras testemunhas foi detida", informou o promotor, destacando que o suspeito "não levava nenhuma arma" quando foi detido. Em um curto comunicado, informou que a investigação continua. 

Segundo um jornalista da AFP no local, a pequena igreja onde o ataque aconteceu fica em um bairro residencial da cidade, onde havia muito pouca gente na rua no primeiro sábado do novo 'lockdown' na França. "Não havia nenhuma cerimônia" dentro da igreja e "o padre não estava vestindo com trajes sacerdotais", acrescentou uma fonte no local.

O ministro do Interior, Gérard Darmanin, organizou uma célula de crise em seu Ministério, em Paris. Por enquanto, a promotoria antiterrorista francesa não assumiu a investigação do ataque em Lyon.

O primeiro-ministro, Jean Castex, lembrou "a total determinação do governo para permitir a todos e a cada um praticar sua religião com total segurança e liberdade".

"Nossa vontade é forte e nossa determinação não decairá. É a honra da França, é a honra da República", acrescentou Castex durante um deslocamento no sábado em Saint-Etienne-du-Rouvray (noroeste), onde o padre Hamel foi degolado por jovens jihadistas em uma igreja em 2016.

Em Atenas, o líder da Igreja da Grécia, arcebispo Ieronymos, condenou o ataque em declarações à agência grega Ana. "Este horror ultrapassa a lógica humana, que uma religião possa armar as mãos de terroristas, cegos pelo ódio", lamentou Ieronymos.

O ataque em Lyon ocorre apenas três dias após o atentado na Basílica de Notre-Dame de Nice, onde um jovem jihadista armado com uma faca assassinou três pessoas.

O governo francês permitiu que os locais de culto ficassem abertos até segunda-feira para celebrar o Dia de Todos os Santos, antes de fecharem as portas mais uma vez devido ao novo confinamento para conter a covid-19.

Após o ataque em Nice, o governo elevou o alerta antiterrorista ao nível máximo e aumentou o número de soldados destacados no país para proteger escolas e lugares de culto de 3.000 para 7.000.

Esses militares terão ainda o apoio de 7.000 membros das forças de segurança, metade deles policiais da reserva, que a partir de segunda-feira ficarão à disposição dos prefeitos para reforçarem a segurança. (Atualizada às 18h15)

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