Otan

Patrulha naval é enviada para conter refugiados 

Atualmente, a patrulha consiste em apenas de três navios, mas o secretário informou que vários Estados-membros se ofereceram para enviar reforços


Publicado em 12 de fevereiro de 2016 | 04:00
 
 
 
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BRUXELAS, Bélgica. A Otan enviou nesta quinta uma patrulha naval sob comando alemão ao mar Egeu para ajudar a lutar contra o grande fluxo de imigrantes que se arriscam em perigosas viagens a partir da Turquia, informou o secretário geral da aliança, Jens Stoltenberg. Essa é a primeira vez que organização intervém na crise migratória enfrentada pela Europa e é uma resposta a um pedido feito por Alemanha, Turquia e Grécia com o objetivo de deter as redes criminosas responsáveis pelas travessias.

“A Otan está neste momento redirecionando um grupo naval para o Egeu, sem tardar para iniciar a vigilância das atividades marítimas”, afirmou Stoltenberg depois de uma reunião entre os ministros da Defesa da aliança.

Atualmente, a patrulha consiste em apenas de três navios, mas o secretário informou que vários Estados-membros se ofereceram para enviar reforços. Aviões da Otan também vão começar monitorar a região e recolher informações sobre a costa da Turquia, onde operam muitas gangues de traficantes.

Alerta. Críticos da operação apontam que uma forte presença naval no Mar Egeu poderia encorajar ainda mais as pessoas a tentarem chegar à Europa, pois teriam uma chance maior de não morrerem afogadas.

Até agora, a aliança se manteve à margem da crise migratória enfrentada pela UE, alegando não possuir mandato para vigiar as fronteiras e combater as gangues de traficantes. Mas a organização está presente no Leste do Mediterrâneo como forma de ajudar a proteger a Turquia de quaisquer incursões a partir da Síria.

Números. Mais de um milhão de migrantes chegaram à Europa em 2015, a maioria em perigosas travessias pelo mar Egeu depois de saírem da costa turca em direção às ilhas gregas.

Nem mesmo o inverno no continente diminuiu o número de viagens e, só neste ano, 76 mil conseguiram chegar ao continente, cifra dez vezes maior que a registrado no mesmo período de 2015, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Fronteira turca

Antes do anúncio da missão da Otan, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, farto dos apelos para que abra a fronteira da Turquia a novos refugiados sírios, ameaçou enviar à Europa os centenas de milhares que já estão em seu país. “Não tenho a palavra ‘idiota’ escrita na testa”, disse.

Um tribunal turco começou a julgar dois traficantes acusados do naufrágio de um barco de migrantes sírios em que morreu o menino Aylan Kurdi, cuja foto de seu corpo na praia chocou o mundo.

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