O primeiro-ministro da França, Jean Castex, ironizou a recomendação do uso de cloroquina por parte do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, em sessão do parlamento. Ao citar que o Brasil é o país que mais usa o remédio apesar de não ter eficácia comprovada contra a Covid-19, Castex levou os demais parlamentares às gargalhadas. A fala se deu durante o anúncio da suspensão dos voos entre os dois países e de regras rígidas para o ingresso de brasileiros no país europeu quando se der a liberação.
“O Presidente da República [do Brasil] em 2020 aconselhou a prescrição de hidroxicloroquina”, disse Jean Castex, em meio a risos altos dos parlamentares. “E gostaria de lembrar que o Brasil é o país que mais prescreveu [o medicamento].”
No parlamento francês, o primeiro ministro do país cita o Brasil como exemplo de que a hidroxicloroquina não funciona contra a Covid-19 e anuncia a restrição de voos vindo do país.
— Samuel Pancher (@SamPancher) April 13, 2021
Ao falar do remédio, arrancou risadas dos colegas. Ao falar da restrição, arrancou aplausos pic.twitter.com/3TqdvryqLz
Os voos entre França e Brasil permanecerão suspensos até 19 de abril, segundo um decreto publicado nesta quarta-feira (14) no Diário Oficial francês, enquanto o governo de Paris estuda soluções para repatriar seus cidadãos bloqueados. A medida foi tomada para evitar a transmissão da variante brasileira do coronavírus na França. O Brasil tem restrição para entrada em mais de 90 países.
"Devido à situação de saúde no Brasil (...) as viagens de pessoas procedentes deste país para o território da República, exceto aquelas necessárias ao transporte de mercadorias, estão proibidos até 19 de abril 2021 às 0H00", afirma o decreto.
A respeito dos cidadãos franceses bloqueados no Brasil, o governo informou que está examinando soluções para para repatriá-los, em "voos particulares ou indiretos".
"Nossos cidadãos têm o direito constitucional de retornar ao nosso território", afirmou o secretário de Estado para Assuntos Europeus, Clément Beaune.
* AFP