Insatisfação

Protesto volta a reunir multidão em Hong Kong

Desde junho, manifestantes vão às ruas quase diariamente exigindo mais democracia na ilha; protestos também são registrados no Iraque, apesar de violência

Por AFP
Publicado em 09 de dezembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Milhares de ativistas pró-democracia saíram às ruas de Hong Kong ontem em uma manifestação que coincidiu com os seis meses do início de seus protestos. O objetivo foi dar às autoridades uma “última chance” de atender às reivindicações. Pelas redes sociais, eles planejam bloquear estradas hoje.

“Há 800 mil pessoas participando do protesto”, relatou Eric Lai, da Frente Cívica para os Direitos Humanos, ao anoitecer, quando ainda havia milhares de manifestantes nas ruas. A polícia, que tradicionalmente divulga números baixos deste tipo de manifestação, disse à imprensa que cerca de 183 mil pessoas compareceram à passeata – a estimativa mais elevada em meses.

Desde junho, a ex-colônia britânica se encontra mergulhada em sua pior crise desde sua devolução para Pequim em 1997. A cidade vem sendo tomada por manifestações quase diárias para exigir reformas democráticas, assim como uma investigação imparcial da atuação da polícia nos protestos. O gatilho inicial foi a rejeição a um projeto de lei para facilitar as extradições para a China. O texto acabou sendo retirado de pauta. Desde então, cerca de 6.000 pessoas foram presas e centenas feridas, segundo a polícia.

“O que abalou a sociedade durante esses meses não vai desaparecer enquanto o governo se recusar a resolver essa injustiça sistemática”, disse Sirius Tam, de 21 anos. “É a última chance que o povo dá a Lam”, declarou Jimmy Sham, um dos responsáveis pela Frente. A polícia de Hong Kong autorizou essa manifestação, organizada pela Frente Cívica para os Direitos Humanos em toda ilha, algo que não ocorria desde agosto.

Iraque

Apesar da violência que deixou mais de 450 mortos e aproximadamente 20 mil feridos em dois meses, segundo levantamento da agência France-Press, milhares de iraquianos voltaram às ruas em Bagdá e no Sul do país ontem.

Desde o primeiro protesto espontâneo, em 1º de outubro, os manifestantes exigem uma nova Constituição e uma nova classe política. A atual liderança no poder, imutável por 16 anos, fez o equivalente ao dobro do PIB desse país rico em petróleo desaparecer com a corrupção.

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