Justiça

Revogação do direito ao aborto nos EUA: Trump, Obama e Biden respondem à medida

Ação atende a um desejo antigo dos conservadores e da direita religiosa


Publicado em 24 de junho de 2022 | 21:14
 
 
 
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A decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de revogar o direito constitucional ao aborto atende a um desejo antigo dos conservadores e da direita religiosa, mas devasta os defensores da liberdade reprodutiva das mulheres. 

Seguem algumas das principais reações:

ELOGIOS

Ex-presidente republicano Donald Trump:

A anulação do direito ao aborto responde à "vontade de Deus", declarou o ex-presidente Donald Trump quando questionado pelo canal Fox News.

A decisão "segue a Constituição" e "traz tudo de volta ao nível estadual, o que sempre deveria ter sido o caso", acrescentou.

Ex-vice-presidente republicano Mike Pence: 

"Ao devolver o tema do aborto aos estados e ao povo, a Suprema Corte corrigiu um erro histórico", disse o ex-braço direito de Donald Trump (2017-2021), assinalando a histórica sentença "Roe v. Wade" de 1973, que consagrou o direito constitucional ao aborto no país.

Marjorie Dannenfelser, presidente da organização antiaborto Susan B. Anthony List : 

"Depois de 50 anos de pressão, construindo centros de esperança para atender as mulheres grávidas, rezando de joelhos e garantindo que a poderosa voz fosse escutada nessas eleições, chegamos a este dia (...) o primeiro de um brilhante futuro pró-vida para nossa nação", manifestou. 

Kevin McCarthy, líder republicano na Câmara de Representantes (baixa): 

"Cada criança a nascer é preciosa, extraordinária e digna de proteção. Aplaudo este fato histórico, que salvará inúmeras vidas inocentes. A Corte tem razão em devolver o poder de proteger os não nascidos aos representantes eleitos pelo povo no Congresso e estados", expressou

CRÍTICAS

Presidente Joe Biden:

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a decisão da Suprema Corte foi um "erro trágico" e resultado de uma "ideologia extremista".

"A saúde e a vida das mulheres deste país estão agora em perigo", martelou o democrata em um discurso solene na esteira do julgamento histórico, lamentando um "dia triste" para a América.

Ele pediu ainda para continuar a luta de forma "pacífica" e defender "nas urnas" o direito ao aborto e todas as outras "liberdades pessoais".

Ex-presidente democrata Barack Obama: 

"Hoje, a Suprema Corte não apenas reverteu quase 50 anos de precedente histórico, mas relegou a mais pessoal decisão que alguém pode tomar aos caprichos de políticos e idealistas -atacando as liberdades fundamentais de milhões de americanos", reagiu o ex-presidente (2009-2017) no Twitter.

Ex-primeira-dama Michelle Obama: 

"Estou desconsolada pelas pessoas deste país que acabam de perder o direito fundamental a tomar decisões conscientes sobre seus próprios corpos. Me parte o coração que agora estamos destinados a aprender as dolorosas lições de um tempo anterior à conversão do 'Roe v Wade' em lei no país - uma época na qual as mulheres corriam risco de perder a vida ao recorrerem a abortos ilegais", disse. 

Anistia Internacional/Estados Unidos: 

"O aborto é um direito humano. Para todos. Em todas as partes. Nunca deixaremos de lutar", afirmou a organização. 

Presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi: 

"Com (a sentença) 'Roe v Wade' agora revogada, os republicanos radicais estão avançando com sua cruzada para criminalizar a liberdade de saúde. No Congresso, os republicanos estão tramando uma proibição do aborto em todo o país", enfatizou.

Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH):

"A #CIDH observa com preocupação a decisão da Suprema Corte de revogar a #RoeVsWade, que tinha protegido o acesso ao aborto; e lembra que os direitos reprodutivos são #DireitosHumanos, fundamentados nos direitos à igualdade e não discriminação, à saúde e à intimidade, entre outros. #Mulheres", tuitou este órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA).

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