O grupo paramilitar Wagner, privado, esteve envolvido em conflitos no Oriente Médio e na África, mas sempre negou sua participação. No ano passado, Prigozhin admitiu ter fundado o grupo recrutando soldados em prisões russas em troca de anistia.

Yevgueni Prigozhin, de 62 anos, divulgou uma série de mensagens na noite de sexta-feira e na madrugada deste sábado (24), afirmando que ele e suas forças entraram na cidade russa de Rostov, no sul do país, e que tomaram suas instalações militares.
 
No leste da Ucrânia, seus paramilitares têm se posicionado na linha de frente. Eles lideraram a tomada de Bakhmut, que se estendeu durante meses, e reivindicaram ter tomado esta cidade para as tropas russas, embora a operação tenha causado muitas baixas ao grupo.

Como isto afeta o conflito na Ucrânia? 

Este motim representa o mais grave desafio ao qual Putin teve que enfrentar em seu longo mandato, e a crise de segurança mais importante para a Rússia desde que chegou ao poder, ao final de 1999. A situação poderia desviar a atenção e os recursos em plena ofensiva na Ucrânia, e coincide, ainda, com a contraofensiva anunciada por Kiev para recuperar territórios. O exército ucraniano informou que está "observando" a luta interna entre Prigozhin e Putin. Moscou, no entanto, advertiu que o exército ucraniano estava aproveitando a situação para reunir suas tropas perto de Bakhmut frente a uma ofensiva. No plano internacional, Estados Unidos, França, Alemanha e União Europeia informaram que acompanham a situação de perto.

Como Moscou está reagindo? 
Durante a noite, o Kremlin afirmou que estão sendo tomadas "medidas" contra o motim. As autoridades reforçaram a segurança em Moscou e em outras regiões, como  Rostov e Lipetsk.
Putin qualificou o motim do grupo Wagner de "ameaça mortal" para o país e fez um apelo à unidade. Também assegurou que a "traição" do grupo Wagner resultaria em uma "inevitável punição".