EUA

Tribunal provoca ira ao ratificar que adolescente não é 'madura' para abortar

Caso ocorre dois meses depois da Suprema Corte dos Estados Unidos revogar o direito ao aborto em todo o país

Por Agências
Publicado em 17 de agosto de 2022 | 20:48
 
 
 
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Um tribunal de apelações da Flórida confirmou uma decisão segundo a qual uma garota de 16 anos não seria “suficientemente madura” para realizar um aborto, o que provocou a ira de legisladores americanos.

Dois meses depois da Suprema Corte dos Estados Unidos revogar o direito ao aborto em todo o país, o caso da adolescente está gerando uma nova irritação ao redor dos direitos das mulheres nos EUA.

A jovem, que não foi identificada, disse ao tribunal que “não estava pronta para ter um bebê”, que estava ainda na escola, que não tinha trabalho e que o pai não teria condições de ajudá-la.

Menores de idade que desejam abortar na Flórida precisam do consentimento de ao menos um de seus progenitores. Porém, a menina não tem pais, vive com um parente e tem um tutor designado, segundo documentos.

Ela buscava uma exceção a essa norma, mas a corte decidiu que ela “não estabeleceu mediante evidência clara e convincente ser suficientemente madura para decidir sobre a interrupção de sua gravidez”.

Na segunda-feira, o tribunal de apelações estadual ratificou essa decisão.

“Se está furiosa porque uma corte está forçando uma adolescente a levar adiante sua gestação após uma decisão judicial que diz que ela não é ‘madura’ o suficiente para um aborto, não está sozinha. É aberrante”, escreveu no Twitter a congressista Pramila Jayapal.

Lois Frankel, parlamentar da Flórida, descreveu o caso como “inaceitável” e acrescentou que é “um exemplo perigoso e horroroso da guerra da Flórida contra as mulheres”.

A garota afirmou ao tribunal que, nas 10 semanas de gravidez, seu tutor havia autorizado o procedimento, mas aparentemente não o fez por escrito, de acordo com os documentos.

Depois que a medida da Suprema Corte deixou a questão do aborto nas mãos de cada estado, a Flórida mudou suas leis para proibir a interrupção da gestação após as 15 semanas, em vez de 24 como antes. (AFP)

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