Fim de governo

Trump retoma a vida de cidadão comum em seu clube em Mar-a-Lago, na Flórida

Quando a cerimônia de seu sucessor democrata estava no auge em Washington, o bilionário chegou de carro ao seu clube em West Palm Beach, escoltado por cerca de trinta carros

Por AFP
Publicado em 20 de janeiro de 2021 | 19:55
 
 
 
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Donald Trump retomou sua vida como cidadão comum nesta quarta-feira (20) em Mar-a-Lago, seu luxuoso clube de golfe na Flórida, longe do centro das atenções que se concentrava na posse de Joe Biden como o novo presidente dos Estados Unidos. 

Quando a cerimônia de seu sucessor democrata estava no auge em Washington, o bilionário chegou de carro ao seu clube em West Palm Beach, escoltado por cerca de trinta carros. Um deles transportava o oficial militar que carregava a famosa mala com os códigos nucleares. 

Trump voou para a Flórida pela última vez no Air Force One, o avião presidencial. Ele estava acompanhado a bordo por sua esposa Melania e seu filho, Barron, além dos filhos mais velhos do magnata: Donald Jr, Ivanka e Eric. 

O presidente em fim de mandato, que não falou com os jornalistas durante o voo, foi recebido por centenas de apoiadores. 

Os fãs o acompanharam na estrada para Mar-a-Lago, agitando bandeiras da campanha americana e de Trump.

Quando a procissão desacelerou, o sorriso do ex-presidente pôde ser visto ao observar as mensagens de seus seguidores: "Vitória esmagadora de Trump", dizia o cartaz de uma mulher chorando.

"Bem-vindo ao lar", disse um dos apoiadores. "Trump 2024", disse outro. 

"Nós te amamos", gritou o grupo. Havia também alguns cartazes pró-Biden. Um dirigido a Trump dizia: "Você está despedido, perdedor". 

Um adeus sem brilho -
Antes de voar para a Flórida, Trump foi homenageado em uma pequena cerimônia sem brilho e com a ausência de muitos convidados. 

No máximo 500 pessoas viajaram para a base militar de Andrews, na fria periferia de Washington, onde o vento soprava forte. 

Poucas horas antes de Biden chegar à Casa Branca, o agora ex-presidente participou de uma cerimônia em sua homenagem. 

Uma banda da Força Aérea tocou "Hail to the Chief" e os canhões do Exército o saudaram com uma salva de 21 tiros

"Temos o país mais poderoso do mundo", disse Trump em uma breve fala muito parecida com seus discursos de campanha, exceto que esta era para dizer adeus. 

"Foi minha maior honra e privilégio ser seu presidente", declarou.

Independentemente do número de apoiadores, a cerimônia deveria homenagear um líder no auge de seu poder. 

No entanto, marcou a saída de um presidente que encerra o mandato com a perspectiva de um julgamento político logo após a posse de seu sucessor. 

Trump é acusado de "incitamento à insurreição" por pedir a seus seguidores que marchassem para o Congresso em 6 de janeiro, em uma invasão que resultou em cinco mortes. 

A cerimônia deve ter decepcionado Trump, porque nem mesmo seu vice-presidente, Mike Pence, até então leal ao chefe, veio se despedir. Em vez disso, Pence compareceu à posse de Biden. 

- Corrida contra o relógio -
Como a posse de Biden foi ao meio-dia, Trump correu contra o tempo para voar para a Flórida a bordo do avião presidencial e chegar ao seu clube acompanhado por uma caravana presidencial.

Para aumentar o número de participantes, a Casa Branca tentou ativar sua rede e multiplicou o número de convites para sua despedida. 

Os convidados foram informados que cada um deles poderia levar até cinco pessoas. 

Até mesmo Anthony Scaramucci, o ex-diretor de comunicações afastado do cargo depois de apenas 11 dias no início do mandato de Trump, e que mais tarde se tornou um forte crítico do presidente, recebeu um convite. 

"Acredite em mim, se recebi um e-mail é porque o convite foi enviado em massa", disse ele no programa de TV Inside Edition. 

Trump não pôde contar com nem mesmo dois dos mais ferrenhos apoiadores que teve durante sua gestão: o líder republicano do Senado Mitch McConnell e seu homólogo na Câmara, Kevin McCarthy. Ambos preferiram uma missa à qual Biden compareceu. 

Na base militar de Andrews, dois oficiais estenderam o tapete vermelho em frente à escada do Força Aérea Um que o levaria embora de Washington. 

Foi uma última caminhada, fria e solitária, para o ex-presidente Trump.

 

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