A União Europeia anunciou nesta quarta-feira, 19, que não reconhece o resultado das eleições presidenciais na Bielo-Rússia, que reelegeu Alexander Lukashenko, no poder desde 1994.
O anúncio foi feito pela primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, que afirmou que o pleito não foi livre e nem justo.
"Para nós, não há dúvidas de que se produziram violações massivas do Estado de direito nas eleições", disse Merkel a jornalistas, durante a cúpula extraordinária da UE iniciada nesta quarta, que discute uma possível extensão a outras autoridades bielo-russas das sanções já adotadas na semana passada após a repressão às manifestações.
A decisão do bloco em aceitar o resultado das eleições atende ao pedido feito por Svetlana Tikhanovskaya, líder da oposição, que pediu nesta quarta que os demais países do continente rejeitássem os resultados da eleição presidencial, a qual classifica como "fraudulenta".
Lukashenko foi declarado vencedor, com mais de 80% dos votos, mas durante o processo eleitoral, perseguiu a oposição de forma implacável, retirando três candidatos da oposição da disputa - dois foram presos e um fugiu para o exílio. Tikhanovskaya virou a líder da oposição unificada após assumir a vaga do marido, Serguei Tikhanovski, ser preso.
Após a divulgação do resultado oficial, manifestações eclodiram pelo país, sendo duramente reprimidas pelo governo. Nesta quarta, os protestos chegaram ao 10º dia com mortes de manifestantes confirmadas e milhares de ativistas presos.