Teodoro retornou do Carnaval do Rio de Janeiro, e o papo recorrente dele não foi a polêmica verba da Guiné Equatorial para a campeã do Sambódromo Beija-Flor, mas a multa que ganhou de R$ 170 por ter sido flagrado ao urinar na rua. Como um bipolar, o infrator até agora se alterna entre indignado e resignado. Sempre que se lembra volta ao assunto, e não são poucas vezes, o que muda é a forma de entender o fato. Às vezes reclama “desse país que não pune os larápios do mensalão, já estão todos em prisão domiciliar, e o mesmo vai acontecer com o caso Petrobras na operação limpa-fossa, não, Lava-Jato, como queiram, ninguém vai ficar preso muito tempo, e multam um cidadão que está de bexiga cheia e não tem onde descarregar sua necessidade fisiológica”. Em outros momentos ele reconhece que errou e que é preciso fiscalizar, sim, porque, com a multidão que vai para as ruas no Carnaval, se não houver nenhum controle, não há quem aguente o mau cheiro. Ele até diz se colocar na posição de quem mora nos arredores da festa pública para concordar com a punição, embora defenda que primeiro deveria haver uma advertência, como ocorre em algumas outras leis municipais do gênero, e só depois a multa, que acha cara para a infração. Mas o problema, conclui, é quando a coisa aperta mesmo, você olha para os lados e não vê como resolver a situação civilizadamente.
O difícil é deixar de rir de Teodoro quando ele rememora o flagrante e o constrangimento. Suspeita até de que estava sendo seguido ao observarem sua aflição, porque tentou se esconder num canto da árvore atrás da banca de revista, até que chegaram dois fiscais. Estava pra iniciar o jato quando percebeu homens se aproximando. Pensou que seria assaltado e só então viu os coletes da fiscalização. Eles logo anunciaram por que estavam ali, e com o susto o infrator travou. A urina não saía, ele continuava com muita vontade, e a bexiga doía.
O jeitinho brasileiro nem funcionou quando ele tentou argumentar que não havia efetivado o ato. Foi autuado como manda a lei. Ele e outras 1.150 pessoas flagradas na mesma situação neste Carnaval do Rio, entre eles muitos estrangeiros e mulheres.
Com o susto, até perdeu a vontade um pouco, mas ela voltava e ele precisava se contorcer disfarçadamente. Até que a autuação foi enfim lavrada, não tinha mais saída, e perguntou aos fiscais onde havia banheiro público por ali. Eles indicaram a primeira a esquerda e depois à direita. Teodoro seguiu a rota, às vezes dobrando as pernas, até que achou os banheiros. Felizmente nenhum bloco passava por ali naquele momento, e havia apenas um na frente no banheiro químico que escolheu. Quando fechou a porta e conseguiu iniciar o alívio, só pensou em uma coisa: “Nunca paguei tão caro pra urinar”.
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