A música mineira tem entre seus admiradores mundo afora, muitos que a propagam especialmente e entre eles está o norte-americano Richard Boukas. Guitarrista e vocalista, é também professor de música, escritor e jornalista. Mas o fato é que soube dele agora, pela dica do amigo Chico Maia, que se surpreendeu ao assistir entrevista de Boukas no programa "Manhattan Connection" e me recomendou.
Como uma das possibilidades de escrever em jornal é difundir coisas boas (eu disse `uma das´), vai aqui também a dica para quem não assistiu que confira, pois está na rede e, por seu caráter atemporal, pode ser sempre buscada no arquivo virtual.
O tema do programa gravado em Nova York não deixa dúvidas, trata de conexões musicais com o Brasil, coisa que Boukas pratica há mais de 30 anos como explica logo no início ao lembrar que participou do festival anual de música de Campos do Jordão (SP) nos anos 1970. A partir daí, como ele define, descortinou-se um horizonte. "O jazz tem uma linguagem muito restrita e a música brasileira me ofereceu outros caminhos de expressão tanto na forma de tocar, como de compor e criar formações como duos, trios, quartetos".
Ele explica que sua admiração abarca desde a música produzida em nosso país de maneira geral como os traços regionais e também as amplas influências que marcam essa nossa manifestação cultural, do clássico de Chopin aos ritmos africanos. Boukas cita Milton Nascimento e o Clube da Esquina logo no começo da entrevista, ao lado de Elis Regina e João Bosco, como artistas que marcaram suas primeiras referências.
Mesmo que apresentem alguns vídeos no meio da entrevista, do próprio Richard e de Pixinguinha, os entrevistadores Lucas Mendes (belo-horizontino), Pedro Andrade, Caio Blinder e Ricardo Amorim demonstram ter pouco tempo e aceleram o ritmo da gravação de cerca de 10 minutos. A brevidade não desmerece a chance de muitos conhecerem Boukas e se interessarem em fazer outras pesquisas sobre o artista. Ele, inclusive, já escreveu um tese sobre Hermeto Pascoal e outro foco de seu interesse no Brasil é o chorinho.
A certa altura Lucas Mendes pergunta sobre um intercâmbio entre a nossa UFMG e a New School, onde Richard dá aula nos Estados Unidos. Ele se entusiasma e diz que esse processo vem sendo conversado há dois anos por intermédio do pianista e professor também norte-americano Cliff Korman, que faz parte do corpo docente da UFMG e é seu amigo. "Essa gente de BH e de Minas é uma coisa incrível", é como define Boukas em português de gringo. "E a UFMG abriu há pouco tempo no conservatório também uma vertente de música popular", destacou. "Nossa ideia é partilhar as nossas culturas e realizar esse intercâmbio entre estudantes e também professores", detalhou.
Numa das perguntas o jornalista pediu ao entrevistado que citasse três grandes referências que considera da música brasileira. Ele respondeu Pixinguinha, Guinga e Sérgio Santos. Especificamente sobre o compositor mineiro Sérgio Santos, destacou o belo resultado que ele obtém ao fundir em seu trabalho as influências afro-mineiras a uma sofisticação em suas construções rítmicas.
Um parênteses para lembrar que o CD "Triz", de autoria de Sérgio Santos, André Mehmari e Chico Pinheiro, foi elogiado pela crítica como um dos melhores lançamentos em nosso país no segundo semestre do ano passado.
A entrevista tem outras curiosidades, mas não vou dissecá-las todas aqui para que o leitor encontre algo mais a apreciar. Só uma pitada, ele dá dicas de boas casas para ouvir música ao vivo em Nova York.
Música de qualidade, claro. Anote para quando for ou recomende a quem vai. E o site do músico é www.boukas.com . A capa reproduz uma frase da revista "Guitar One": "Melhor guitarrista de jazz brasileiro nos EUA".
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