O entrevistado de hoje é um homem, um trabalhador, um sábio e, principalmente, um comunicador. Talento raro e dos mais exemplares e invejáveis, Sergio Leite é fã número um e presidente da colossal Usiminas, coração de aço do Brasil. Mas na atribulada vida de Sérgio há espaço para coisas ainda mais importantes e deliciosas, como a família e os amigos, livros, BH, Rio, Tóquio, e claro, Ipatinga.
Sérgio, antes de tudo, é um viajante?
O trabalho à frente da Usiminas me coloca sempre em trânsito. Só no Japão estive 35 vezes. Mantenho dois lares, BH e Rio de Janeiro. Naturezas privilegiadas: as montanhas e o verde aqui; no Rio, Copacabana e a Baía da Guanabara, que espero ver despoluída. Ressalto, ainda, o enorme carinho por Ipatinga, onde morei 20 anos.
E nas “bagagens”?
As viagens sempre nos enriquecem em experiência, ensinando a lidar com o inesperado, as diferenças. Viajar nos torna melhores. Tira-nos da zona de conforto. Conhecemos pessoas e histórias que não conheceríamos de outra forma.
Os seus 40 anos de Usiminas confundem-se com a história da empresa?
Ingressei em 1976 na Usiminas, que já era sinônimo de qualidade e tecnologia. Nunca trabalhei em outra empresa. Cresci ouvindo histórias contadas pelo meu pai, que também era engenheiro, sobre a origem da empresa. Minha formação acadêmica foi toda voltada para essa área e para a Usiminas.
Um pouco mais sobre Usiminas...
A Usiminas, mesmo com todos os desafios, nunca perdeu a posição de líder no Brasil em aços planos e como um dos maiores complexos siderúrgicos da América Latina. É formada por equipe unida, solidária e resiliente. Apesar das turbulências, está em um novo caminho, com grandes resultados.
E o escritor Sergio Leite?
O foco está no técnico. Já produzi mais de 60 artigos para congressos e eventos do setor. No futuro, poderia escrever memórias. Já há muito material.
E o palestrante Brasil afora?
Sou de compartilhar experiências em mais de cem palestras e apresentações. Tive experiência docente e atendo a convites para falar da Usiminas. As pessoas ainda se surpreendem com nossa superação.
Como conciliar a vida pessoal com a profissional?
Não abro mão de momentos de qualidade com família e amigos. Faço caminhadas diárias. Tenho profunda admiração pelos livros e formei uma boa biblioteca. Mas meu foco é a Usiminas, contribuir para profissionais felizes, realizados e motivados.
O que diria do momento atual do Brasil?
Delicado, ainda enfrentando recessão alarmante e instabilidade política. O Instituto Aço Brasil conversou com diversos candidatos à presidência para sensibilizá-los. O setor é a base para uma grande economia e gera empregos de qualidade. Estamos confiantes.
Que legado gostaria de deixar?
O da união e do respeito às pessoas. Ando sempre de mãos estendidas e de braços abertos. Sou otimista. Sigo acreditando no ser humano e em nossa capacidade de sonhar e de buscar o que nos faz feliz.