Petróleo não é nosso
O protesto contra o aumento dos combustíveis tomou conta das estradas duas semanas após o mercado financeiro festejar ganhos extraordinários com a Petrobras. A empresa bateu recorde de produção, lucrou quase R$ 7 bilhões e voltou a pagar dividendos aos acionistas no 1º trimestre; suas ações já subiram até 80% neste ano para felicidade dos donos dos papeis, estejam eles no Rio, Tóquio ou Nova York. O contraste entre a revolta dos caminhoneiros e a festa dos investidores diz tudo sobre as mudanças no setor. Se o petróleo foi nosso um dia, já deixou de sê-lo. As reservas estão em solo nacional, mas quem ganha com elas não é a população brasileira.
Montanha-russa
O barril bateu recorde de US$ 145 em 2008, caiu a US$ 110 em 2014 e registrou mínima de US$ 30 no início de 2016, quando iniciou escalada até os US$ 80 atuais. Na média dos últimos dez anos, o barril custou US$ 91, no centro da meta da OPEP, que mira a faixa de US$ 80 a US$ 100. Portanto, os preços atuais nem são tão altos; devem subir mais inclusive. O mercado sempre andou na montanha-russa. O que mudou é a política da Petrobras.
Missão impossível
Se a Petrobras não revê a sua política, resta ao governo apenas a alternativa de cortar impostos para amenizar os reajustes. Mas é uma saída dificílima, que envolve interesses de prefeitos, governadores e empresas. O que deixa de ser arrecadado no combustível tem que ser compensado com receita em outra área. A solução pela via fiscal exige uma nova arquitetura do sistema tributário, obra que não está à altura de um governo impopular e terminal.
Questão de escolha
A Petrobras foi o principal item do “conjunto da obra” que derrubou Dilma Rousseff, acusada pelo mercado financeiro de destruir a empresa com suas intervenções nos preços dos combustíveis. A mudança em 2016, de política e de presidente, foi apoiada por muitos que hoje rejeitam as consequências. Pode-se supor que as pessoas não entenderam bem, não perceberam que a flutuação dos combustíveis, segundo a gangorra de preços globais, deixaria o consumidor refém de um mercado extremamente volátil. Mas, agora já está feito. Por sorte, os descontentes e arrependidos ainda podem consertar o engano nas urnas. A história recente mostra que, no frigir dos ovos, a política de preços da Petrobras é resultado de escolhas do próprio cidadão.
Presidentes da Abigraf Minas e do Sigemg posaram juntos: Luiz Carlos Dias Oliveira, que comanda a atual gestão nas entidades da indústria gráfica ao lado do seu antecessor Carlúcio Gonçalves
Newtão 8.0
O ex-governador Newton Cardoso comemora seu aniversário de 80 anos no próximo sábado com uma festa de arromba em Pitangui, onde possui uma grande fazenda. Cerca de três mil convidados já confirmaram presença.
Dias de astro
Seja pela idade seja pelo momento do MDB, muito dividido e confuso em Minas, o ex-governador voltou a ter um grande protagonismo na legenda. No evento realizado pelo partido na ALMG para marcar os 52 anos desde a fundação, no final de março, Newtão foi o principal astro: o único a lançar um livro e o último dos oradores a discursar.
Boi na linha
A aproximação do PR com Bolsonaro pode levar ao desembarque de um importante aliado do palanque de Pimentel. O PR é controlado em Minas pelo ex-deputado José Santana e seus filhos Gustavo e Bernardo Santana, o último inclusive é ex-secretário de Defesa Social e próximo do governador. Até agora, a família tem garantido apoio à reeleição do petista, mas terá dificuldades em manter o compromisso se a cúpula nacional fechar com o presidenciável do PSL.
Mão do cacique
Bolsonaro quer muito o acordo com o PR, legenda do seu vice dos sonhos, o senador capixaba Magno Malta. A aliança está na mão do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, que estuda como opção lançar o empresário Josué Alencar ao Planalto. A decisão do cacique, seja qual for, será imposta aos Estados. E se for pró-Bolsonaro, ela será anti-Pimentel: não tem como conciliar apoios ao governador do PT e ao presidenciável do PSL.