Ano de Copa do Mundo é ano para a Fifa encher seus cofres, tanto com a venda dos direitos de transmissão quanto com sua carta de patrocinadores. O volume de dinheiro deve ter uma queda com relação ao Mundial do Brasil, em 2014. Só de patrocínios, a entidade deve faturar algo em torno de 1,4 bilhão de euros, um valor 8% menor do que o conseguido por aqui. Os escândalos de corrupção afastaram alguns parceiros, fazendo com que a Fifa partisse para conquistar empresas em mercados em ascensão, como o chinês. São cinco empresas da China investindo na Copa ou como patrocinadora direta da Fifa: Yadea, especializada na produção de bicicletas, motos e scooters movidos a energia elétrica; Mengniu Dairy, do ramo de laticínios; Wanda, um conglomerado de diferentes mídias; Hisense, que fabrica produtos eletrônicos; e Vivo, que não é a marca espanhola de telefonia, com atuação no Brasil, mas uma empresa chinesa de smartphones. Para 2018 e 2022, a Fifa está oferecendo pacotes regionais de patrocínio em diferentes lugares do planeta.
Divisão
A Yadea, por exemplo, é uma patrocinadora regional, ou seja, asiática, na Copa, da mesma forma que a Alfa-Bank e a Sunseeker, que produz iates. Hisense, Mengniu e Vivo são patrocinadores diretos da Copa da Rússia, com o mesmo status da rede de fast-food norte-americana McDonald’s e da cerveja Budweiser, da belgo-brasileira InBev. Adidas, Coca-Cola, Gazprom, Hyundai/Kia Motors, Qatar Airways, Visa e Wanda são patrocinadores oficiais da Fifa.
Vantagens
A Fifa vende a Copa do Mundo como um evento de marketing internacional eficaz, que alcança mais de 200 países em todo o mundo. O pacote de direitos inclui o uso das marcas oficiais, a exposição nas placas de publicidade e em publicações da entidade, oportunidades de fazer hospitalidades (áreas exclusivas nos estádios), entre outras vantagens. Os pacotes são fechados para a Copa do Mundo e para a Copa das Confederações.
Russas
Em abril, a Fifa anunciou que fechou patrocínio com a Alrosa, uma mineradora de diamantes da Rússia, a maior do mundo na produção de pedras preciosas. Parte da empresa é controlada pelo governo do país anfitrião do Mundial. Além do Alfa-Bank, a Rússia ainda conta com o patrocínio regional da telefonia Rostelecom e da ferrovia Russian Railways. Todas essas empresas também são controladas pelo governo de Vladimir Putin.
Bilhões
Para receber a Copa de 2026, o presidente da Federação Americana de Futebol (USSF) promete uma receita estratosférica de R$ 39 bilhões. A competição seria realizada em Estados Unidos, Canadá e México e contaria com 48 seleções. A expectativa é vender 5,8 milhões de ingressos. O presidente Donald Trump apoia a candidatura tripla, liderada pelos EUA, para a Copa. Marrocos é outro país que pleiteia sediar a competição. O anúncio se dará às vésperas do Mundial.
Transmissão
Na Copa do Mundo do Brasil, a venda dos diretos de transmissão rendeu US$ 2,4 bilhões à Fifa. No Brasil, a Copa será transmitida por Globo (TV aberta), SporTV e Fox Sports. Para faturar no Mundial, a Globo vendeu cotas de patrocínio por R$ 180 milhões para Itaú, Brahma, BRF, Coca-Cola, Johnson & Johnson e Vivo, cada. A Band desistiu de sublicenciar os direitos da Globo. A ESPN não quis investir no Mundial.
Clubes
A reformulação do Mundial de Clubes, que passaria a ser disputado de quatro em quatro anos por mais equipes do que no atual formato, e uma liga mundial de seleções são as novas meninas dos olhos para a Fifa faturar. Um fundo de investidores que atua na Ásia e no Oriente Médio já teria oferecido R$ 85 milhões pelos direitos das duas competições, segundo informações do jornal norte-americano “The New York Times”.