Opinião

Os 20 anos do ataque às Torres Gêmeas

A relação entre o atentado e a invasão ao Congresso dos EUA


Publicado em 14 de janeiro de 2021 | 03:00
 
 
 
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Na manhã de 11 de setembro de 2001, meu irmão Luís Lara Resende, também jornalista, me telefonou da TV Globo no Rio insistindo para que ligasse imediatamente a televisão, pois algo de inacreditável ainda estava acontecendo na cidade de Nova York. Nem sequer esperou que eu lhe perguntasse sobre o que acabara de dizer. Levantei-me da cadeira (já chegara ao escritório) e liguei o televisor, distante dois metros de mim. Quando vi as imagens, não acreditei. Com o coração disparado, leitor, gritei: começou a Terceira Guerra Mundial! 

Em minutos, tudo ficou claro: a maior democracia do mundo acabara de ser vítima de ataques terroristas coordenados pela organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda. Dezenove terroristas sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros. Dois deles, num ataque suicida, colidiram com as Torres Gêmeas do World Trade Center, na cidade de Nova York. Morreram todos os que estavam nos dois aviões e muitas pessoas que trabalhavam nos edifícios. O terceiro avião colidiu com o Pentágono, que é a sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, situada no Condado de Arlington, próximo a Washington. O quarto avião caiu em um campo aberto perto de Shanksville, na Pensilvânia, logo depois que tripulantes e alguns passageiros tentaram tomar dos sequestradores o controle da aeronave.

Morreram mais de 3.000 pessoas durantes os ataques suicidas. A maioria de civis, provenientes de mais de 70 países. Imagine!
Tudo isso me veio à mente logo depois do que ocorreu no último dia 6 de janeiro: apoiadores fanáticos do presidente Donald Trump, verdadeiros vândalos, e incitados pelo próprio, invadiram o Capitólio, que é a sede do Legislativo federal. O intuito desses indivíduos era parar a sessão que confirmava Joe Biden como presidente eleito. Resultado: 90 presos e cinco mortos. As televisões e jornais mostraram os estragos deixados pelos invasores de Donald Trump, que ainda hoje afirma que as eleições que elegeram Biden foram fraudadas.

O ataque ao Capitólio foi mais uma brutal tentativa contra a democracia norte-americana. Os apoiadores enfurecidos de Trump obedeceram ao seu comando e o transformaram num golpista. E o que fica de pior, em mais essa inominável tentativa, é um mau exemplo para a América Latina, sobretudo para o Brasil, cujas instituições democráticas têm sido ameaçadas por quem tem o dever de defendê-las.


A pergunta que se faz hoje, inclusive nos Estados Unidos, é esta: o que acontecerá na posse do presidente recém-eleito? O impeachment de Trump, que já está na Câmara de Deputados, acusado de “incitar insurreição”, mesmo que o resultado saia após a posse, terá resultado? Trump poderá ficar impedido de disputar as eleições de 2024?

É só esperar para ver. 

 

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