O mês de maio marca uma importante data para a relação bilateral entre os Estados Unidos e o Brasil. No dia 26 de maio de 1824, foi reconhecida a independência brasileira pelo presidente norte-americano à época, James Monroe, ao receber José Silvestre Rebello como encarregado de negócios do Brasil. Desde então, nos últimos 200 anos, houve uma intensa e próspera relação pautada no investimento e desenvolvimento das nações, como nos setores da educação, ciência, meio ambiente e indústria.

Ao longo desse bicentenário, centenas de empresas norte-americanas se instalaram no Brasil, o que influenciou diretamente o crescimento econômico e tecnológico nacional. O reflexo dessa frutífera troca foi a criação da Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil), em 1919, sendo a maior entidade multissetorial do Brasil.

Além de cooperações históricas, como a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do setor siderúrgico brasileiro, o resultado dessa bilateralidade tem impacto fundamental e estrutural na economia brasileira. Um dos estudos recentes da Amcham, o Monitor do Comércio, demonstrou que nosso país alcançou um recorde de US$29,9 bilhões na exportação de bens industriais para os Estados Unidos em 2023. O mercado norte-americano representa cerca de 40% do comércio total do Brasil em serviços, especialmente em serviços de alto valor agregado. Além disso, os EUA são o principal destino de internacionalização das multinacionais brasileiras.

Tratando-se de Minas Gerais, os dados reforçam como o Estado se destaca na relação bilateral. Só em 2023, a corrente de comércio de bens entre Minas e os EUA atingiu US$ 5,6 bilhões, o que representa o segundo maior valor da série histórica, abaixo apenas de 2022 (US$ 6,4 bilhões).

Minas ainda atingiu superávit com os EUA de US$ 1,6 bilhão, o segundo maior registrado na década, atrás apenas de 2022, quando o saldo foi de US$ 1,8 bilhão. A indústria de transformação mineira aumentou sua participação no comércio bilateral, e as exportações passaram de 64,4% (2022) para 73,9%. O Monitor do Comércio reforça a importância dos EUA para Minas Gerais, sendo o segundo maior destino das exportações (9,1%) e a segunda maior origem das importações (13,0%), atrás da China (25,7%).

Outro marco do compromisso bilateral de desenvolvimento foi o robusto documento elaborado pela Amcham Brasil “Parceria Estratégica para as Relações entre Brasil e Estados Unidos: Propostas para a Agenda Econômica”. O conteúdo sugere que o aprofundamento da parceria econômica bilateral em 2024 seja ancorado em ao menos três pilares: a transição para uma economia de baixo carbono; a reorganização das cadeias de fornecimento; e medidas que favoreçam o aumento dos fluxos bilaterais em bens, serviços e investimentos.

O bicentenário precisa ser celebrado, e motivos não faltam! A Amcham se coloca como entidade dialógica e de intersecção focada no desenvolvimento econômico, social e ambiental de ambas as nações.