A maior final da história da Copa Libertadores se apequenou. A confusão generalizada que virou a decisão entre os argentinos River Plate e Boca Juniors só mostra como a Conmebol é uma bagunça. A incompetência da organização para resolver a questão rapidamente reflete a desordem em que se encontra o futebol do continente. Até hoje não se sabe se a derradeira partida será no dia 8 ou no dia 9 de dezembro nem onde será disputada. A única certeza é que não será na Argentina.

Uma série de decisões erradas se sucedeu após o ataque ao ônibus com a delegação do Boca Juniors, no último sábado, momentos antes da grande final da Libertadores. Inicialmente, a Conmebol apenas adiou o jogo em uma hora. Então, postergou por mais uma hora para depois comunicar o adiamento para o dia seguinte. No domingo, a partida foi suspensa mais uma vez.

No meio de toda essa confusão, o Boca Juniors, que teve jogadores machucados e atendidos no hospital, não quer mais jogar. O presidente do clube xeneize, Daniel Angelici, sustenta que não vai mandar seus jogadores à campo para a decisão. Ontem, o mandatário do River, Rodolfo D’Onofrio, detonou o rival e pediu para que o jogo aconteça em terras argentinas.

Várias cidades pelo mundo se dispuseram a receber o confronto final da Libertadores deste ano. Miami, nos Estados Unidos, Assunção, no Paraguai, e Doha, no Catar, disputavam a preferência da Conmebol para receber a decisão. Até o Mineirão se ofereceu para sediar a partida. A ideia não foi vista com bons olhos nem pela CBF, nem pela Conmebol, o que é ruim, já que seria um bom teste para o país, que recebe a Copa América de 2019.

Doha é a favorita até aqui, porque oferece uma série de benefícios para a entidade e para os clubes. Segundo o site Globoesporte.com, a entidade pagaria todos os custos de organizar a final, reembolsaria os torcedores do River que compraram ingressos para o jogo e ainda pagaria uma premiação para os clubes. Uma das dificuldades é que jogar no Catar demanda de um voo de pelo menos 20 horas, o que seria ruim para os jogadores.

Segundo a Conmebol, a decisão de tirar o jogo da Argentina é por questões de segurança. Ninguém está preocupado com os torcedores dos dois clubes que ficarão fora da tão esperada final. Colocar a partida em uma cidade qualquer, sem nenhuma relação com os times, dá ainda mais razão pela péssima escolha de ter uma final única em campo neutro, o que valerá a partir do ano que vem. Parece que já começará neste ano mesmo.

Outra coisa que não vejo mais ninguém se preocupando é em achar e punir os culpados pelo ato de violência e vandalismo. Já passou da hora de termos punições exemplares para casos assim na América do Sul. Sou a favor de uma pena severa, para que os torcedores – vândalos, neste caso – aprendam e não aconteça mais esse tipo de coisa. Acredito que não deveria mesmo ter outro jogo. O Boca deve ser declarado campeão, e o River deve ser suspenso da competição por alguns anos. Quem sabe, se mexer com o clube de coração, a torcida aprenda a se comportar decentemente. De toda forma, a Libertadores de 2019 já está manchada.