ANA PAULA MOREIRA

Que o Corinthians sirva de lição para o Atlético

Redação O Tempo


Publicado em 16 de novembro de 2017 | 03:00
 
 
 
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O Corinthians pode ter se sagrado campeão brasileiro na noite de ontem – não posso cravar, já que esta coluna foi escrita antes da partida diante do Fluminense –, mas, se não garantiu o título nessa quarta, será em breve. Sem um time de grandes estrelas, o Timão liderou praticamente todo o campeonato e teve um primeiro turno impecável.

A temporada do Corinthians pode servir de lição para os times mineiros, principalmente o Atlético, que sonha com um título do Campeonato Brasileiro. O que fez a diferença nessa conquista do time paulista foi manter a base e o comando técnico com Fábio Carille, que já conhecia bem o clube. O contrário do que a diretoria atleticana fez.

O Galo trocou de treinador três vezes durante o ano, passando de Roger Machado para Rogério Micale e depois Oswaldo de Oliveira. Com três rodadas restantes para o fim do Brasileirão, já é hora de pensar no planejamento para 2018. Em dezembro tem eleição para presidente, com, até então, apenas um candidato. O empresário Sérgio Sette Câmara já aparece como o futuro mandatário do clube, e notícias de possíveis contratações começam a pipocar na imprensa.

Nesta semana surgiram informações de prováveis mudanças, e uma é sobre o treinador para a próxima temporada. Jair Ventura, técnico do Botafogo, teria o perfil que agrada a Sette Câmara, que terá um orçamento muito mais enxuto no ano que vem. Jair já teria sido sondado pelo Galo, mas a assessoria do clube nega a informação.

Oswaldo de Oliveira tem contrato até o fim do ano que vem, mas não é garantia que fique no início de 2018. Antes de Jair, o nome que surgiu como já apalavrado com o Atlético foi de Cuca, quando ainda comandava o Palmeiras. Campeão da Libertadores de 2013, o treinador é um dos preferidos da torcida para voltar ao Galo. Já conhecer boa parte do elenco e do clube seria uma vantagem, mas a questão da pouca grana já está atrapalhando o negócio.

Outro nome que agrada à torcida, mas que não volta ao clube por agora e também é caro, é o de Levir Culpi, demitido do Santos. Campeão da Copa do Brasil de 2014, o treinador saiu chateado do Galo e com relações estremecidas com a atual diretoria.

O que não pode acontecer é a nova presidência cometer os mesmos erros da administração de Daniel Nepomuceno. O bom trabalho de Cuca em 2012 e 2013 só apareceu porque o presidente na época, Alexandre Kalil, segurou o treinador após perder de 6 a 1 para o maior rival. Já Nepomuceno não quis manter Levir mesmo após o título da Copa do Brasil e da Recopa e o segundo lugar no Brasileirão.

O Corinthians está colhendo os frutos de apostar no desconhecido Fábio Carille e acreditar num trabalho. Assim como o Cruzeiro viu resultado ao preservar o técnico Mano Menezes após um primeiro semestre ruim e conquistar o título da Copa do Brasil no segundo.

O Atlético deve ficar fora da Libertadores após cinco anos. Que essa situação sirva para focar o Brasileiro e que o trabalho seja direcionado nesse sentido. Mas que resultados ruins no início não prejudiquem a sequência. Jair Ventura é uma aposta como foi o Roger Machado. Já vimos que não deu certo. 

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