Apresentada como uma continuação, Êta Mundo Melhor! é, na prática, um remake de Êta Mundo Bom!, sucesso de 2016. A nova trama muda o ponto de partida, mas segue praticamente a mesma estrutura da novela original. Antes, Candinho (Sergio Guizé) deixava o interior em busca da mãe rica que o abandonou. Agora, mais maduro e milionário, ele embarca em uma jornada para reencontrar o filho desaparecido.
As semelhanças não param por aí. Asdrúbal, vivido por Luis Miranda, cumpre exatamente a mesma função que Pancrácio (Marco Nanini) tinha na versão anterior: é o amigo divertido, excêntrico e cheio de disfarces que guia o protagonista com conselhos espirituosos. Já Estela (Larissa Manoela) assume um papel emocionalmente próximo ao de Maria (Bianca Bin), atuando como o centro dramático da nova história.
Cenários, personagens e conflitos seguem um padrão reconhecível. Tem o sítio no interior, a mansão na capital, a pensão barulhenta, a vilã ambiciosa e um vilão sedutor, sempre em busca de herança ou poder. Até as reviravoltas, as piadas e os dramas familiares parecem reciclados, o que reforça a impressão de que o que se vê na tela é uma releitura da mesma história com pequenas variações.

Assinada por Walcyr Carrasco em parceria com Mauro Wilson, Êta Mundo Melhor! aposta na nostalgia, mas entrega ao público um enredo muito familiar. Para quem acompanhou a novela original, fica a sensação de estar revendo a mesma história com nova embalagem. No fim, é uma continuação com cara — e alma — de remake.
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