Polarização

Os dois candidatos à presidência com maior rejeição irão se enfrentar no segundo turno, o cenário de ódio e polarização tem dado o tom no debate democrático. A certeza que temos é que, após o dia 28 de outubro, independente do resultado das urnas, todos perderemos de alguma forma, afinal de contas uma grande parcela da população não aceitará o resultado e não se sentirá representada pelo próximo governo. E num país dividido, num cenário de polarização que já conhecemos, é que se acentua a instabilidade e a crise econômica que estamos vivendo nos últimos anos.

Há se espantar o aumento do número de policiais e militares eleitos – de 18 em 2014 para 73 em 2018 . Parece que cada segmento da sociedade quer ter sua representação e não acredita que possa ser representado. Evangélicos descobriram isso há muito tempo, Católicos correram atrás, Espíritas buscam espaço, artistas também tentam. Todos cansados de ver as instituições da sociedade e do Estado enfraquecidas pelos demagogos que povoaram a cena política e fazem de tudo para destruir valores e inverter raciocínios, esses homens e mulheres resolveram entrar em cena. Um dos maiores problemas da política brasileira sempre foi a corrupção e ela não começou agora, ao contrário, agora é que começou a ser mostrada e a corrupção está em todos os poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário. A falta de saúde e de segurança é notória, mas houve investimentos. Focamos nas propostas de mais investimentos. Ao meu ver a polarização se acentua em uma economia onde as pessoas não tem emprego, renda e segurança. E continuamos pedindo por moderação, qu é o que se pede a todos os envolvidos no processo eleitoral. Só assim é que poderemos aferir e desfrutar da verdadeira opinião do eleitor. A grande massa não comprometida com ideologia ou esquemas político-partidários está aí para ser conquistada. E para conquistá-la é preciso propostas que a convençam a dar seu voto a este ou àquele candidato. Uma coisa é certa o princípio da democracia se faz com visões opostas debatendo e negociando, sem baixarias, sem agressões e agora, sem #fakenews, que estão sendo combatidas. Enquanto vivermos esse cenário polarizado, onde todos gritam e ninguém se escuta, estaremos fadados a enxergar o outro como inimigo. Mesmo com visões opostas sobre como construir um país mais justo eu acredito que todos queremos a mesma coisa. Não dá para participar do debate político coberto de certezas e de razão, é preciso deixar espaço para a dúvida e dessa forma construir pontes onde todos sejam representados.

Portanto caros leitores, nos resta torcer para que tanto uma como outra opção utilize esses quatro anos para colocar o Brasil de volta nos trilhos e adotar um tom pacificador e conciliador. Desta forma, com o retorno do emprego e do crescimento da economia teremos um ambiente favorável para a diminuição da polarização, caso contrário veremos ainda mais pensamentos extremos, radicalismo e segregação.