A cultura tem um poder único de unir as pessoas. Ela rompe barreiras sociais, geográficas e econômicas, conectando multidões por meio de experiências compartilhadas. Nos últimos dias, vimos dois exemplos claros dessa força: o Carnaval de 2025, uma explosão popular que tomou as ruas e as redes sociais, e a cerimônia do Oscar, que gerou reações tão intensas quanto uma final de campeonato.

O Carnaval é muito mais do que uma simples festa. Ano após ano, ele prova a força da coletividade, sendo uma manifestação de identidade, pertencimento e resistência. Em 2025, milhões de foliões tomaram as ruas novamente, transformando cidades inteiras em palcos de arte, alegria e engajamento. O setor de economia criativa floresceu, o turismo disparou, e as redes sociais foram inundadas por imagens e vídeos de blocos, desfiles e festas que pareciam não ter fim. Mas o Carnaval também é um espaço de expressão política e social, no qual muitas escolas e blocos abordaram temas como democracia, justiça social e memória histórica, reafirmando o papel da festa como um grito de liberdade e reflexão.

Enquanto a energia do Carnaval ainda tomava conta das ruas, outro grande evento mobilizou milhões de pessoas: a cerimônia do Oscar. A premiação gerou uma enxurrada de reações na internet, com torcedores do cinema comemorando e lamentando os resultados com a mesma paixão de quem assiste a uma final de Copa do Mundo.

Muito além da disputa por prêmios, a edição de 2025 do Oscar motivou discussões importantes sobre representatividade e o impacto do cinema na sociedade. Assim como o Carnaval expressa as emoções populares nas ruas, o Oscar demonstra como as histórias contadas nas telas refletem e influenciam a realidade.

Um dos momentos mais marcantes da noite foi a vitória do filme “Ainda Estou Aqui”, que garantiu ao Brasil seu primeiro Oscar da história. O longa, um retrato da luta das famílias dos desaparecidos da ditadura militar, emocionou o público e a crítica ao dar voz a uma ferida ainda aberta na sociedade brasileira.

Mais do que uma conquista para o cinema nacional, o filme se tornou um símbolo de memória e justiça, reacendendo debates sobre a importância de esclarecer os crimes do passado. A obra expõe a dor das famílias que nunca tiveram respostas e mostra como a repressão deixou marcas profundas no país até os dias de hoje.


Assim como o Carnaval pode ser um ato de protesto e reafirmação cultural, “Ainda Estou Aqui” utiliza o cinema como ferramenta de resistência e lembrança, garantindo que as histórias dos que desapareceram nunca sejam esquecidas.

A convergência desses eventos – o Carnaval, o Oscar e o impacto do cinema – deixa claro como a cultura, em suas diversas formas, tem o poder de mobilizar, emocionar e criar um sentimento de pertencimento global. Seja nas ruas ou nas telas, a cultura conecta o passado ao presente e ao futuro, ajudando as sociedades a refletir sobre suas histórias e a lutar por mudanças.


O Carnaval celebra a identidade e a resistência do povo, e o filme “Ainda Estou Aqui” reforça o papel do cinema como uma ferramenta essencial para a busca por justiça, memória e verdade. Em um mundo em constante transformação, a cultura continua sendo uma das mais poderosas forças de mudança social.