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Alfabetização midiática: um imperativo educacional

Criar uma cultura de entendimento e responsabilidade

Por Maíra Lot Micales
Publicado em 29 de abril de 2024 | 07:00
 
 
 
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A todo momento somos inundados de informações. Por isso, estimular o pensamento crítico é mais importante do que nunca. A “media literacy”, ou alfabetização midiática e informacional, surge como uma resposta indispensável a esse desafio. Ao navegar pela infinidade de fontes que nos cercam, desde as redes sociais até os meios de comunicação tradicionais, torna-se fundamental não apenas consumir, mas também analisar, questionar e discernir. 

Recentemente, pude atuar como mediadora em um painel sobre esse tema na 10ª edição da Brazil Conference at Harvard & MIT. Nesse evento, tive a convicção de que a alfabetização midiática e informacional é mais do que compreender a utilização das tecnologias digitais ou interpretar mensagens. Ela nos convida a uma reflexão mais profunda sobre o papel da mídia em nossa sociedade, bem como sobre nossa própria relação com ela. 

Como afirmou o filósofo grego Epicteto: “Se o teu corpo fosse entregue a outra pessoa, ficarias indignado. No entanto, se entregas tua mente a qualquer um que apareça, para que ele possa abusar de ti, deixando-a perturbada e apreensiva, não tens vergonha disso”. Essa é uma verdade ainda hoje, quando muitos permitem que a mente seja moldada e manipulada por fontes de informação muitas vezes duvidosas ou tendenciosas. 

Ao implementar a alfabetização midiática e informacional nas escolas e em casa, estamos investindo na educação das gerações futuras e na construção de uma sociedade mais informada, crítica e participativa.  

Quando passamos horas recebendo passivamente informações, sem filtro e sem pensamento crítico, nos perdemos, sem perceber. Essa conscientização é o primeiro passo para capacitar os indivíduos a se tornarem agentes ativos na criação e disseminação de conteúdo responsável e significativo. 

Para além de uma questão de consumir informações de maneira mais consciente, esse conceito trata de compreender o poder e a responsabilidade inerentes à produção e ao compartilhamento de conteúdo. Integrar a alfabetização midiática e informacional no currículo escolar e nos programas de capacitação de professores, pais e líderes comunitários é essencial para criar uma cultura de entendimento e responsabilidade midiática. 

Desta forma, a implementação efetiva dessa concepção requer uma abordagem holística, que envolva o sistema educacional e toda a sociedade. 

É hora de abraçar essa missão com seriedade e determinação e entendê-la como um complemento à alfabetização tradicional, garantindo que todos tenham as ferramentas necessárias para navegar com sucesso no mundo complexo da mídia moderna. 

(*) Maíra Lot Micales é publisher do Grupo Editorial Edipro 

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