A economia, o coração pulsante de um país, é o fator determinante que influencia diretamente o cenário político e o destino dos candidatos que almejam cargos executivos de destaque.

Os administradores públicos podem escolher entre adotar políticas econômicas voltadas para um pacote de bondade imediato e medidas estratégicas visando a um desenvolvimento sustentável de longo prazo. De modo geral, as medidas estratégicas resultam em maiores dividendos eleitorais.

Atualmente, o desempenho econômico nacional tem gerado polêmicas e divisão de opiniões. Enquanto alguns céticos enxergam desafios à frente, outros se mostram otimistas diante dos sinais positivos.

Um dos pontos destacados é o controle da inflação, mantido dentro das metas estabelecidas, graças a um Banco Central autônomo e vigilante, pronto para adotar medidas monetárias necessárias. Esse controle inflacionário possibilita uma política de redução gradual da taxa de juros, podendo alcançar a marca de 9% até o final de 2024.

No entanto, o Comitê de Política Monetária (Copom), ao reduzir a taxa Selic para 10,75% ao ano no dia 30 de março, ponderou a necessidade de cautela diante do cenário econômico, destacando riscos para a inflação, como pressões globais e a resiliência dos preços de serviços. Dessa forma, o Copom prefere manter uma política monetária contracionista até a consolidação do processo de desinflação.

De outro lado, as projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024 têm sido revistas para cerca de 2%, com tendência de alta. Esse otimismo é impulsionado pelo aumento do consumo interno, pela maior disponibilidade de crédito e a queda do desemprego, fatores que estimulam o consumo.

Entretanto, o agronegócio, que historicamente impulsiona a economia brasileira, enfrenta desafios em 2024, como aumento do endividamento, queda nos preços das commodities e custos de produção elevados, além de quebras de safras devido às alterações climáticas.

Depois de um ano como 2023, marcado por alto déficit, atribuído à PEC da Transição, que realocou recursos para suplementar o Orçamento e arcar com gastos em áreas essenciais, como saúde, moradia e assistência social, o ministro da Fazenda tem se empenhado na meta de déficit zero para 2024. Os primeiros meses de 2024 registraram recordes na arrecadação, impulsionados pelo aumento do crédito e do número de empregos e melhoria da atividade econômica.

No quesito produtividade da economia, o Brasil tem tido aumento devido à automatização e robotização dos processos de produção, com destaque para o agronegócio, mas também abrangendo, em menor escala, setores do varejo e serviços.

Apesar da complexidade dos fatores econômicos envolvidos, a economia brasileira mantém uma tendência de crescimento, impulsionada principalmente pelo consumo interno e pelas exportações do agronegócio e mineração. O desafio agora reside em manter esse ritmo de crescimento, enfrentando os obstáculos presentes e capitalizando as oportunidades futuras.

Euler Vespúcio é economista e advogado