Por quanto tempo ainda viveremos sob o medo do contágio? Só teremos segurança após o surgimento de uma vacina eficaz? Como conciliar a vida na cidade com as medidas de distanciamento social?
São perguntas difíceis de serem respondidas onde quer que a epidemia esteja. O que é importante é não deixar de acompanhar o que ocorre em outras cidades, em outros países, de forma que as experiências sejam compartilhadas e se evitem esforços inúteis.
Apesar da condenação inicial, o uso da azitromicina com a hidroxicloroquina tem mostrado bons resultados e deve ser mantido. Nas doses adequadas, é uma medicação muito segura. A investigação dos casos e a quarentena para os contatos – para aquelas pessoas que se expuseram ao vírus – são atitudes também importantes e não devem ser omitidas. A introdução dos anticoagulantes e da dexametasona nos protocolos foi um avanço importante.
Alguns cuidados individuais são fundamentais na limitação do contágio: usar máscara, higienizar as mãos e evitar aglomerações, particularmente em locais fechados. Atenção aos veículos de transporte de massa, que não devem transitar com lotação máxima.
Algumas iniciativas são claramente ineficientes e chegam a ser absurdas. As barreiras sanitárias nos principais acessos a nossa cidade, na forma como vêm sendo feitas, são um desperdício de tempo e dinheiro. Como o número de carros em trânsito é enorme, causam congestionamentos colossais e atingem um público muito pequeno, sendo que a mensagem veiculada é algo já sobejamente divulgado e sabido. Em determinados horários, a barreira permanece, apesar de ninguém estar efetivamente abordando os veículos. É uma atividade que deve ser reavaliada.
As medidas de distanciamento social devem ser mantidas, mas temos que compatibilizá-las com o funcionamento dos serviços. Não é possível sufocar o funcionamento do comércio e das atividades econômicas por longo prazo, sob pena de desencadear uma falência geral e a inviabilização de sua existência. Infelizmente o número de casos vai aumentar, mas é fundamental que os doentes sejam atendidos e medicados precocemente. Não há motivo de se interditarem as praças e parques impedindo que as pessoas possam circular ao ar livre e tomar sol. Basta cobrar que as máscaras sejam usadas e certo distanciamento, mantido.
É preciso lembrar que leitos hospitalares precisam ser criados para se garantir uma retaguarda segura, uma vez que, enquanto o vírus existir, ele vai causar epidemia ou surto sempre que houver a reabertura das atividades no sentido de sua normalização.
Todos os moradores das cidades onde exista epidemia devem ser adequadamente informados e devem adotar todas as medidas de prevenção indicadas, de forma a limitar os riscos de contágio. É importante lembrar que a penúria de grande parte da população, com suas economias exauridas, implicará uma maior dificuldade em smanter os cuidados adequados de limpeza e higiene, o que poderá agravar o problema.