Dia 8 de março é o Dia Internacional da Mulher e a Associação dos Ginecologistas e Obstetras de Minas Gerais (Sogimig) acredita ser um momento importante para a discussão de temas que envolvem o universo feminino. Este não é somente mais um Dia Internacional da Mulher, quando levantamos as bandeiras necessárias e gritamos contra injustiças e violências. Estamos diante de uma data completamente diferente de todas outras.
A pandemia tem influenciado e agravado certas realidades nestes últimos 12 meses e alguns alertas precisam ser dados. Como está a mulher neste um ano de pandemia no Brasil?
Dados do relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que os números de feminicídios acumulados entre março e maio de 2020 aumentaram em relação ao mesmo período de 2019. O Estado do Acre, por exemplo, aumentou 400% em comparação aos três meses do ano passado, subindo de uma para cinco mortes. No Mato Grosso, os casos subiram 157,1% chegando a 18 mortes. Já no Maranhão, o índice aumentou 81,8%, de 11 para 20 casos. No Pará, o crescimento foi de 75%, de 8 para 14.
Com o intuito de avaliar a percepção de ginecologistas e obstetras sobre os cuidados com a saúde de suas pacientes em meio à pandemia da Covid-19, a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) encomendou uma pesquisa com 574 profissionais.
Ela foi feita no período de 20 de julho a 16 de agosto de 2020 e revelou o comportamento de pacientes e gestantes no Brasil durante a pandemia. Para 47% de ginecologistas e obstetras os trabalhos foram influenciados por causa da pandemia, 44% parcialmente e somente 10% dos profissionais não tiveram consequências em seus atendimentos por causa da Covid-19.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) há um declínio alarmante na imunização contra o HPV de adolescentes em todo o mundo, em decorrência de problemas relacionados à pandemia da Covid-19. No Brasil, a cobertura vacinal caiu pelo menos 14% desde 2010. A principal causa para o aparecimento do câncer do colo de útero é a infecção pelo HPV, ou Papilomavírus Humano.
A OMS também afirma que a segurança e eficácia das vacinas contra o coronavírus não foram avaliadas em gestantes e lactantes. Ou seja, não há evidências de que tomar a injeção possa causar prejuízos à saúde da gestante e do bebê. A vacinação em gestantes e lactantes com risco elevado de contração do coronavírus poderá ser realizada, mas a grávida deve saber que ainda não há um estudo comprovando a segurança da vacina durante a gestação. As mulheres que querem engravidar não devem adiar a vacina. Elas podem tomar a vacina e engravidar logo depois.
E por fim a Sogimig alerta que a visita ao ginecologista é uma das atitudes mais relevantes para a saúde da mulher. As consultas são importantes para a prevenção e tratamento de doenças, para a identificação de problemas genitais, para a prescrição de métodos contraceptivos e para a melhora na qualidade de vida da mulher.