A maternidade abre portas, mas fecha muitas outras. Continuamos sendo cobradas para ter o mesmo desempenho de antes do bebê como mulheres, donas de casa, esposas que cuidam do marido, profissionais. Na maioria das vezes, sem rede de apoio, babá ou empregada, nos desdobramos para concluir mil tarefas; tendo em vista que a prioridades é o bebê. Ele antes de tudo e se der, todo o resto. Os intervalos surgem quando o bebê dorme ou consegue brincar sozinho por uns minutos.
A mãe mais atenta já separou em tópicos mentais sabe se vai usar seu precioso tempo para arrumar a cozinha da noite anterior, tomar um banho rápido ou estender a cama, por exemplo. Em alguns dias, sequer haverá tempo para almoçar. É quando o macarrão instantâneo entra em cena ou o que tiver mais fácil na geladeira. E é verdade também aquela história de mães que ostentam um cabelo lavado. Faz toda a diferença tomar um banho antes das 22h e não é falta de cuidado, é falta de tempo mesmo. A casa fica em segundo plano, nós também e todos à volta pedem atenção.
Aprendemos a viver dentro da nova rotina e nos desafiamos a aceitar que não damos conta de tudo. Lutamos muitas vezes contra nós mesmas. Nos cobramos e às vezes não conseguimos lidar com certas limitações. Ser mãe é maravilhoso, uma dádiva. Mas custa caro. É preciso aprender a lidar com isso também. Se não formos fortes juntos, o casamento é o primeiro a acabar. E sempre a culpa é da mulher; doida, desleixada, amarga, desinteressante. Depois, as amizades, afinal; ninguém te convida para sair porque agora que você é mãe, não vai ter tempo e se tiver; além de levar a cria, só fala dela.
Vale lembrar que antes da mãe existe uma mulher, cheia de sonhos e projetos, com toda uma vida A.F. (antes do filho). Tudo isso parece ter morrido, mas não; está ali na caixinha, aguardando a sua vez de ser prioridade de novo. Muitos se esquecem de que também precisamos de atenção, carinho, cuidado e compreensão. É a fase em que damos tudo de nós e pouco ou nada recebemos em troca. Alguns dias serão mais difíceis, outros mais fáceis, muitos em que nos sentiremos sozinhas e outros em que haverá um marido, uma mãe ou alguma outra rede de apoio a te amparar sem julgamentos. São estes dias que nos dão fôlego para levar todos os outros, com força e a esperança de que não estamos sozinhas.
Transformar todo esse caos em leveza é possível, com um pouco de boa vontade nossa e daqueles que estão conosco nesta jornada da maternidade. Separar um tempo para fazer aquilo que você gosta fora do ambiente de casa e, claro, sem o filho (a) é libertador! Atitudes simples e de autocuidado são poderosas e recarregam nossas energias. Você merece! Nós merecemos! Uma tarde com uma amiga para um café, uma ida rápida ao salão para pintar as unhas, caminhar ao ar livre escutando sua playlist favorita, meditar. Escolha aquilo que lhe faz bem, coloque em prática e lembre-se: estar bem consigo mesma traz muito mais equilíbrio e alegria para todos que estão a nossa volta. Quer mais uma dica? Vá sem culpa!