Opinião

Hospital Regional do Noroeste: nunca precisamos tanto de nós

Novos desafios se seguem ao convênio para o projeto da obra

Por Arquimedes Borges
Publicado em 16 de outubro de 2021 | 03:00
 
 
 
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O meu Noroeste está em festa com a notícia do Hospital Regional em Unaí. Não é para menos. O anúncio da assinatura do convênio para a elaboração do projeto executivo do hospital é um dos primeiros passos para o início de suas obras. O projeto executivo é etapa importante prevista na Lei 8.666/1993. Por meio dele, temos a relação dos cálculos estruturais, dos equipamentos e respectivos custos necessários para o início e término da construção.

Esta é uma vitória e tanto após anos sem atendimento de saúde próximo e de referência. Quando o hospital estiver funcionando, mães não terão que viajar mais de 300 km com seus filhos quando estes precisarem fazer um exame ou tratamento de maior complexidade. Hoje, para uma consulta especializada, as pessoas do Noroeste de Minas ainda têm que deixar seus lares em Guarda-Mor, Vazante ou Formoso para serem atendidas em Brasília, Belo Horizonte, Montes Claros, Patos de Minas ou até mesmo São Sebastião do Paraíso, no caso de especialidade cardiológica.

Por isso, devemos celebrar a perspectiva de chegada do nosso Hospital Regional. Mas, daqui para frente, é preciso que estejamos atentos para as próximas etapas a serem vencidas. E, mais do que nunca, precisaremos de representantes do Noroeste na Assembleia de Minas e na Câmara dos Deputados para que se promova uma aliança entre as autoridades locais e os parlamentares da região. Afinal, representantes que vivam e morem aqui poderão acompanhar de perto a execução das obras do Hospital e assim lutar por recursos que o tornarão realidade. Tal união também garantirá tranquilidade e meios às autoridades locais para que o Hospital seja equipado e consiga ter corpo médico de excelência. O desafio contínuo será mantê-lo funcionando com eficiência.

É fato que os repasses restantes previstos pelo governo do Estado para a execução do projeto somam cerca de R$ 40 milhões. Eles são fruto do Termo de Medidas de Reparação com a Vale pelo triste rompimento da barragem em Brumadinho. Em obras que envolvem tal volume de recursos, os valores financeiros são repassados em etapas, à medida que fases intermediárias são concluídas e aprovadas.

Porém, este processo às vezes gera interrupções pontuais, burocracia e revisões. Por isso, mais uma vez, é fundamental que nossa região tenha interlocutores fortes junto aos governos estadual e federal para que eles ajudem os gestores locais a concluírem o projeto sem grandes obstáculos.

Terminada a obra, enfrentaremos outro desafio: transformar o prédio em um hospital com plena operação ao longo de décadas. Neste quesito, já sabemos da disposição da atual administração de Unaí em equipá-lo a partir de receitas obtidas com a venda de imóveis públicos.

No entanto, ainda haverá necessidade de se fazer frente aos custos mensais de operação desta importante unidade hospitalar. Isso inclui a contratação de ampla equipe de saúde e a manutenção da folha de pagamentos destes importantes profissionais, além de compras e reposições de equipamentos, insumos e medicamentos. De novo, os representantes locais do Noroeste poderão fazer a diferença.

Nossos deputados poderão fazer uso das verbas de emendas impositivas a que têm direito para garantir valores adicionais que venham a ser necessários para o correto funcionamento do hospital. E nós estamos falando aqui de valores que, no Orçamento Federal de 2021, foram superiores a R$ 16 milhões em emendas impositivas individuais para cada parlamentar do Congresso.

E, neste quesito, não podemos ter dúvidas: nenhum parlamentar de fora do Noroeste, por mais que tenha recebido alguma votação na região, estará disposto a sacrificar as suas principais bases eleitorais em outras partes do estado em prol de nossos municípios. É por isso que, muitas vezes, estes deputados que receberam votos de nossa região continuam destinando a maior parte dos recursos de suas emendas parlamentares a municípios distantes do Noroeste, deixando para nós apenas poucas migalhas. Devemos estar atentos a isso.

Teremos, em resumo, o desafio coletivo de manter a estrutura de nosso futuro Hospital Regional funcionando com máxima eficiência. Por isso, nos próximos anos, representantes do Noroeste serão ainda mais necessários em Brasília e na Assembleia de Minas. O Noroeste já encontrou o seu caminho, e é dessa união que seguiremos juntos a trilha certa rumo ao desenvolvimento!

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