No dia 21 de dezembro de 2023, a vacina da dengue, nomeada de “Qdenga”, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Fabricada pela empresa Takeda Pharma Ltda, trata-se do primeiro imunizante aprovado no Brasil. Sua incorporação para uso em larga escala na população foi realizada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS, a Conitec.

A Conitec considerou dois requisitos principais para a incorporação dessa vacina. Foi feita uma avaliação após a recomendação positiva da agência sanitária europeia (European Medicines Agency, EMA), em dezembro de 2022. Posteriormente, em março de 2023, depois de um criterioso estudo, análise e ampla discussão por especialistas do país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da nova vacina.

No caso das outras vacinas contra a dengue, são necessárias liberações, principalmente, da agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration, FDA), da EMA e da Anvisa, fazendo dos processos um evento em cascata.

Quanto à vacina aprovada, a Qdenga garante uma ampla proteção contra a dengue, uma vez que é tetravalente de vírus vivo atenuado, ou seja, protege contra os quatro subtipos (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) do vírus. Sua eficácia global é de 80,2%, com eficácia calculada contra o sorotipo DEN-2 de 95%; e contra os sorotipos DEN-1 e DEN-3, é de, respectivamente, 69,8% e 48,9%. Para o sorotipo DEN-4 não é possível saber a eficácia devido à sua baixa circulação. Vale ressaltar que tais resultados foram obtidos a partir de estudos em larga escala, muito bem definidos e conduzidos em países endêmicos para a dengue.

O imunizante foi aprovado para um público considerado amplo – de 4 a 60 anos. No entanto, gestantes, mães que estão amamentando, pessoas com imunodeficiências, adquiridas ou não, e pessoas que apresentaram hipersensibilidade à dose anterior não podem tomar a vacina. O imunizante é aplicado em duas doses, com intervalos de três meses entre as doses, e pode ser usado independentemente de ter tido ou não a dengue. Esse fato difere de outra vacina também incorporada ao SUS, a Dengvaxia, do Laboratório Sanofi-Pasteur, que somente é indicada para quem já teve a doença. Adicionalmente, cabe destacar que essa vacina não protege contra a zika, febre amarela e chikungunya.

A importância de estar disponível pelo SUS está relacionada à necessidade de inclusão de mais uma alternativa para o enfrentamento da doença, bem como pela sua eficácia contra hospitalizações por Dengue Confirmada Laboratorialmente (DCV).

 (*)

No dia 21 de dezembro de 2023, a vacina da dengue, nomeada de “Qdenga”, foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Fabricada pela empresa Takeda Pharma Ltda, trata-se do primeiro imunizante aprovado no Brasil. Sua incorporação para uso em larga escala na população foi realizada pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS, a Conitec.

A Conitec considerou dois requisitos principais para a incorporação dessa vacina. Foi feita uma avaliação após a recomendação positiva da agência sanitária europeia (European Medicines Agency, EMA), em dezembro de 2022. Posteriormente, em março de 2023, depois de um criterioso estudo, análise e ampla discussão por especialistas do país, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da nova vacina.

No caso das outras vacinas contra a dengue, são necessárias liberações, principalmente, da agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (Food and Drug Administration, FDA), da EMA e da Anvisa, fazendo dos processos um evento em cascata.

Quanto à vacina aprovada, a Qdenga garante uma ampla proteção contra a dengue, uma vez que é tetravalente de vírus vivo atenuado, ou seja, protege contra os quatro subtipos (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) do vírus. Sua eficácia global é de 80,2%, com eficácia calculada contra o sorotipo DEN-2 de 95%; e contra os sorotipos DEN-1 e DEN-3, é de, respectivamente, 69,8% e 48,9%. Para o sorotipo DEN-4 não é possível saber a eficácia devido à sua baixa circulação. Vale ressaltar que tais resultados foram obtidos a partir de estudos em larga escala, muito bem definidos e conduzidos em países endêmicos para a dengue.

O imunizante foi aprovado para um público considerado amplo – de 4 a 60 anos. No entanto, gestantes, mães que estão amamentando, pessoas com imunodeficiências, adquiridas ou não, e pessoas que apresentaram hipersensibilidade à dose anterior não podem tomar a vacina. O imunizante é aplicado em duas doses, com intervalos de três meses entre as doses, e pode ser usado independentemente de ter tido ou não a dengue. Esse fato difere de outra vacina também incorporada ao SUS, a Dengvaxia, do Laboratório Sanofi-Pasteur, que somente é indicada para quem já teve a doença. Adicionalmente, cabe destacar que essa vacina não protege contra a zika, febre amarela e chikungunya.

A importância de estar disponível pelo SUS está relacionada à necessidade de inclusão de mais uma alternativa para o enfrentamento da doença, bem como pela sua eficácia contra hospitalizações por Dengue Confirmada Laboratorialmente (DCV).

 (*) Alexandra Gazzoni é coordenadora do curso de biomedicina da Estácio Belo Horizonte PhD em microbiologia e bacteriologia