A obesidade é uma doença que afeta milhares de brasileiros a cada ano. Os dados do Ministério da Saúde apontam que quase metade da população está acima do peso. O estudo ainda revela que 42,7% dos brasileiros estavam acima do peso em 2006, sendo que esse número passou para 48,5% em 2011.

O levantamento é do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) com dados coletados em 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal. O problema atinge todas as faixas etárias, porém chama atenção a estatística em relação aos idosos.

Um estudo feito por Laura Cordeiro Rodrigues para o mestrado em nutrição e saúde da Escola de Enfermagem da UFMG registrou uma elevação de idosos obesos e com sobrepeso entre os anos de 2006 e 2019. O levantamento identificou que a prevalência de sobrepeso subiu de 53% para 61,4%, e a prevalência de obesidade, de 16,1% para 23%.

Com base nos dados de peso e altura, a pesquisa calculou o Índice de Massa Corporal (IMC), usando o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), coletados pelo Ministério da Saúde, analisando informações de mais de 200 mil indivíduos, a partir de 60 anos.

Desconsiderando os efeitos da pandemia, a expectativa de vida dos brasileiros teria crescido de 76,6 anos, em 2019, para 76,8 anos, em 2020, representando um aumento de dois meses e 26 dias nos números finais.

Em cinco anos, a expectativa de vida subiu 1,3 ano, enquanto, em dez anos, ocorreu um crescimento de 3,3 anos. Quando os dados são divididos entre homens e mulheres, a diferença é latente, uma vez que, para a população masculina, a expectativa de vida seria de 73,3 anos, e, para as mulheres, de 80,3 anos, de acordo com o IBGE.

Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, uma das preocupações é o envelhecimento saudável. Exatamente por isso é preciso compreender alguns cuidados, e não só pelos idosos, mas a fase da terceira idade requer muita atenção, principalmente, com a alimentação. 

O mercado apresenta muitos alimentos industrializados e processados, cujo consumo excessivo provoca complicações. Também é necessário um equilíbrio, consumindo alimentos naturais regularmente, mantendo uma dieta balanceada e, acima de tudo, monitorada por um profissional com exames regulares para mapear o corpo, avaliando se há alguma ausência de proteínas e vitaminas e, se necessário, repô-las.

A prática de atividades físicas também é algo essencial, uma vez que, na terceira idade, o ritmo pode diminuir por algum problema físico ou psicológico. Assim como na dieta, no caso das atividades físicas, a orientação é consultar um profissional para orientações e procedimentos corretos. O que se deve evitar é o sedentarismo, pois é muito prejudicial para o corpo, e o que os idosos mais desejam é uma vida longa. 

Flávia Coimbra Pontes Maia é presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Minas Gerais (Sbem)