Opinião

Outubro Rosa

Pandemia dá ainda mais relevância à prevenção ao câncer de mama

Por Luciano Viana
Publicado em 07 de outubro de 2020 | 03:00
 
 
 
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Desde 2002, outubro é o mês dedicado à prevenção e combate ao câncer de mama no Brasil. O chamado “Outubro Rosa”, campanha de conscientização sobre o tumor de mama, ganha dimensões ainda mais importantes neste momento tão complexo enfrentado pelo setor de saúde mundial. A pandemia do novo coronavírus não só tem provocado a perda de milhares de vidas, mas também tem comprometido a realização de exames e diagnósticos que podem salvar muitas pessoas de uma fatalidade decorrente de inúmeras doenças, entre elas o câncer.

Os dados são alarmantes. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a expectativa é de que sejam registrados 650 mil novos casos de câncer no Brasil em 2020. Entre as mulheres, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o tipo mais comum em todas as regiões do Brasil. Estima-se, neste ano, mais de 66 mil novos casos de câncer de mama, o que representa uma taxa de incidência de 43,74% casos por 100 mil mulheres.

O cenário pandêmico é de grande preocupação e reforça ainda mais a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) divulgou que, somente nos dois primeiros meses da pandemia, cerca de 50 mil pessoas deixaram de ser diagnosticadas com câncer no Brasil e outras milhares tiveram consultas ou tratamentos adiados ou cancelados.

A Sociedade Brasileira de Mastologia fez um alerta para a diminuição de atendimentos em hospitais públicos do país das pacientes em tratamento para o câncer de mama. Além disso, a mamografia de rastreamento ficou suspensa em muitas regiões do Brasil durante meses, significando atraso em diagnósticos.

A postergação de um exame, no caso de câncer de mama, pode ser o fator decisivo entre a cura e o óbito. Sabemos que o câncer de mama, quando diagnosticado em estágio inicial, pode ter chance de cura superior a 90%. No entanto, a detecção e o tratamento tardios fazem com que as chances de cura se restrinjam a menos de 30%. No Brasil cerca de um terço das mulheres descobrem que estão com a doença em estágio avançado.

O medo do contágio do coronavírus impediu as pessoas de realizarem exames de rotina. Eles são essenciais e indispensáveis para a descoberta de uma doença na fase inicial. Especialistas do mundo inteiro têm demonstrado preocupação com a explosão de diagnósticos tardios e de mortes por câncer. É preciso que o paciente converse com o médico para avaliarem em conjunto o risco-benefício de uma consulta e ou exame.

A prevenção, a informação e o acesso ao tratamento continuam sendo os principais aliados para se combater o câncer de mama. Além dos fatores genéticos, a maioria dos tumores ocorre devido a fatores ambientais. Evitar o sedentarismo, manter uma alimentação rica em frutas e verduras, combater o sobrepeso, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e não fumar também pode salvar vidas.

O mais importante na batalha contra o câncer de mama é estar sempre em alerta, promovendo o autocuidado. Com grandes chances de cura, ele não deve ser temido, e sim encarado com informação, conscientização e vigilância.

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