Opinião

Recuperação do rio Paraopeba é prioridade para a Vale

Reabilitação das águas e da biodiversidade

Por Ricardo Márcio Martins Alves* e Vitor Brognaro Pimenta**
Publicado em 14 de julho de 2020 | 03:00
 
 
 
normal

A recuperação do rio Paraopeba à condição anterior ao rompimento da barragem B1, em Brumadinho, é uma das prioridades no compromisso da Vale de reparar o meio ambiente em áreas impactadas. O trabalho exigiu implementação de ações emergenciais e exigirá medidas de curto, médio e longo prazos, que estamos comprometidos em implantar.

Uma das primeiras ações tomadas em prol da recuperação ambiental e do rio foi a implantação de um conjunto de estruturas para contenção do rejeito. Em maio de 2019, uma das principais intervenções para impedir novos carreamentos de sedimentos da barragem para o rio foi concluída. Em dezembro, o conjunto de obras emergenciais, com a construção de quatro grandes estruturas e 25 pequenas barreiras estabilizantes da B1 até a confluência do ribeirão Ferro-Carvão com o rio Paraopeba, também foi finalizado. A região recebeu a maior parte do rejeito da B1, e a conclusão das obras colabora para a recuperação da bacia.

Uma vez contido o rejeito e impedida a sua chegada ao rio, procedeu-se ao tratamento da água. Já neste ano, as estações que instalamos em Brumadinho alcançaram a marca de 14 bilhões de litros de água tratada e devolvida ao rio Paraopeba cinco vezes mais limpa, na média, que o limite estabelecido por lei (Conama, nº 357/2005). Seguimos monitorando a qualidade da água do rio em 54 pontos, de Brumadinho a Pompéu, incluindo posições em dez de seus afluentes, no rio São Francisco e nos reservatórios de Retiro Baixo e Três Marias.

Já realizamos cerca de 6,5 milhões de análises de água, solo e sedimentos em aproximadamente 45 mil amostras para análise de parâmetros, como a presença de metais na água, pH e turbidez. São mais de 5 milhões de registros de resultados até o momento. Essas análises e medições são reportadas sistematicamente ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), que também monitora o rio. Isso garante o cumprimento de parte de uma missão primordial para nosso time: a transparência das informações.

Análises e medições realizadas desde janeiro de 2019 mostram que as intensas chuvas registradas de novembro daquele ano até os três primeiros meses de 2020 provocaram a retomada do aumento da turbidez da água e das concentrações de metais em alguns pontos do rio Paraopeba, inclusive em região não afetada pelo rompimento. A combinação de dois fatores contribuiu para esse cenário: a suspensão de partículas de sedimentos presentes na calha do rio e a intensidade do período chuvoso, como não se via em 30 anos, refletida no aumento da vazão do curso d’água.

Por outro lado, apesar de ainda identificarmos violações aos limites legais para alguns metais, verificamos que os resultados para a concentração desses metais já estão se reduzindo progressivamente com a entrada do período de estiagem de 2020, como aconteceu na mesma época de anos anteriores.

Essas ações e seus resultados indicam que o rio pode recuperar sua condição anterior ao rompimento, e isso é mais um estímulo para seguirmos trabalhando na busca por soluções que, esperamos, levem à reabilitação do rio Paraopeba e sua biodiversidade o mais rapidamente possível.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!