Educação sexual tem sido um assunto bastante debatido nas conversas entre familiares, amigos, no trabalho e principalmente nas redes sociais, mas o que de fato é educação sexual?
Educação sexual nada mais é que, um processo que visa esclarecer as pessoas sobre a sua responsabilidade quanto aos seu corpo e as ações cometidas sobre o mesmo. Abordando temas como assédio, violência sexual, pedofilia, conhecimento sobre as partes íntimas que auxiliam na saúde e na higiene íntima, nos métodos contraceptivos e na importância de cada um deles para se evitar doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada, além também de abordar a igualdade de gênero, trabalhar o lado emocional dentro da sexualidade e dos relacionamentos, fala também sobre sexo consciente e a consequência do ato na vida de cada um, ou seja, é uma parte integrante da vida de cada indivíduo que contribui para a sua identidade ao longo de toda a vida, já que nós seres humanos viemos do sexo e dele damos sequência a nossa existência, não é mesmo?
Nada mais justo que esses assuntos sejam tratados de forma natural, informativa e saudável. Vários estudos científicos feitos na área da sexualidade humana demonstram que, diferente do que muitos pensam, a educação sexual nas escolas, não estimula a atividade sexual e não incentiva a antecipação do primeiro contato sexual, nem tão pouco aumenta a incidência de gravidez ou aborto entre adolescentes, muito pelo contrário, quando se tem a consciência de que sexo é mais que um momento e é algo sério que traz consequências para uma vida toda, contribuí para que crianças e adolescentes se tornem mais responsáveis pelo seu corpo e pelas as ações que se submetem, ou são submetidos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) temos a maior taxa mundial de gravidez na adolescência, que é entre 15 a 24 anos, e esse número não muda quando o assunto é HIV, a UNAIDS, que é o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS diz que, enquanto no mundo os índices vem caindo, 49% das pessoas contaminadas, em 2016, eram brasileiras e dessa taxa, 35% são jovens também entre 15 e 24 anos.
Se formos falar sobre abusos, atualmente se sabe que 70% dos abusos infantis acontecem dentro de casa ou por pessoas muito próximas as crianças e se levarmos em consideração que vivemos em um país onde o ambiente familiar é culturalmente conservador e machista, podemos enxergar que é no ambiente escolar que diversas crianças e jovens acabam se sentindo mais confortáveis em serem abordados para ouvir e falar abertamente sobre a saúde e sexualidade e entender a importância de se cuidar para que sejam evitadas gravidez indesejada e DST’s, além de que atos que possivelmente foram submetidos como pedofilia, assédio e violência sexual, possam ser relatados de forma segura e auxiliados com mais rapidez, gerando assim resultados melhores sobre todos esses índices.
A primeira lei sobre educação sexual, consta na legislação portuguesa e foi aprovada em 1984, de lá para cá outros países como Argentina, Estados Unidos, Escócia, Nigéria, Singapura, Holanda, Espanha e Alemanha, possuem como matéria escolar a educação sexual e apresentam índices muito melhores que no Brasil, que por sua vez, apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira regulamentar que é dever da família e, sobretudo, do estado favorecer o pleno desenvolvimento do educando e dos parâmetros curriculares, um estudo feito pela Federação Internacional de Planejamento Familiar mostrou que, comparado com outros países da América Latina, o Brasil fica bem abaixo quando o assunto é a introdução do tema no currículo educacional.
Quando se compreende o que é educação sexual, tendo como referência que quanto mais informações de acordo com cada faixa etária do aluno, menos problemas relacionados a saúde e sexualidade se é encontrado, podemos dizer que consecutivamente menos adultos problemáticos nós teremos, pois a sexualidade tem um papel vital nas nossas vidas e reflete muito na nossa fase adulta, conscientemente ou não. Só com a informação dos dados colocados aqui, conseguimos ter noção do quanto é importante ser implantado esse sistema em nosso país.
Precisamos abrir a mente e quebrar o tabu de que educação sexual é sexualizar os jovens. Educação Sexual, é prepara-los corretamente para uma vida saudável e dar aos jovens a consciência e responsabilidade das suas escolhas.