Empresário gerindo o Estado só podia dar nisso: Zema não ajuda e ainda atrapalha. Em tempos de tarifaço, medida imposta pelo presidente dos Estados Unidos ao Brasil e que vai impactar muito Minas Gerais, o governador do Estado insiste em lamber as botas de Trump. Zema é uma liderança abaixo de medíocre, que poderia explorar o interesse dos EUA sobre as terras-raras de Minas, que são estratégicas para a transição energética global, mas prefere desvalorizar a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), empresa pública que cuida da exploração de recursos minerais, com a intenção de vendê-la a preço de banana. Exemplo disso é que desapareceu misteriosamente o documento do governo que dizia que os dividendos da empresa valem R$ 59 bilhões. Agora, querem dizer que vale só R$ 30 bilhões.
Será uma estratégia para vendê-la mais barato para seus amigos? Será uma forma de privatizar o lucro e socializar os danos, como faz em Minas há anos? Será que é tudo um jogo para agradar a empresários e, assim, garantir o financiamento de certa campanha a presidente?
Acredite: não é só má gestão, é um método. Mas não será com o nosso dinheiro, pois precisamos dele para cuidar da saúde, da educação e da segurança do nosso povo.
Minas não está à venda
É preciso dizer que a conversa sobre a Codemig não é somente sobre minério. É sobre soberania. É sobre garantir que os governantes usem essas riquezas para melhorar a vida da nossa população, e não para enriquecer outros países. É sobre colocar as contas de Minas no lugar, para que o povo possa se beneficiar dos recursos que são tirados do nosso território.
Segundo o Sindicato dos Servidores da Tributação, Fiscalização e Arrecadação do Estado de Minas Gerais (Sinfazfisco-MG), Zema aumentou a dívida de Minas com a União em 64%. O valor saltou de R$ 120 bilhões, em 2018, para R$ 198 bilhões, neste ano.
Além de não pagar nenhuma parcela, o governador Romeu Zema sucateou serviços públicos e tem feito de tudo para vender nossos ativos a preços irrisórios para seus amigos empresários. É o que ele tenta fazer agora, no processo de negociação do débito com o governo federal, por meio do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que Lula criou para que os Estados apresentem opções para quitar a dívida.
No meio de um pacote com 14 projetos que o governo de Minas enviou, uma cláusula diz que, caso o governo federal não aceite o que foi apresentado, o imóvel ou empresa poderá ser vendido com 45% de desconto. É surreal. Entre os projetos há uma lista com mais de 300 imóveis estaduais, como a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), o Hospital Risoleta Neves, o Palácio das Artes, a Cidade Administrativa, e também estão as propostas de federalização de estatais como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge).
É importante dizer que parte da dívida pode ser paga com investimentos no próprio estado, em áreas como educação, segurança e saneamento. Enquanto Lula abre mão de receber dinheiro para garantir melhorias na vida dos mineiros, as isenções fiscais que Zema deu para amigos já chegam a R$ 111 bilhões, segundo o Sinfazfisco-MG.
Até quando vamos aceitar que políticos de extrema direita entreguem nossas riquezas nas mãos de empresários e dos Estados Unidos? A república das bananas já acabou, mas o governador acha que o povo vai aceitar as cascas.