Que venha 2022!

A sensação é que 2021 foi uma espécie de continuidade de 2020: o país abalado pela tragédia que significou a péssima gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro, que felizmente já caminha para o seu fim. Mas na luta do povo não há descanso, ainda mais diante de todas as adversidades que passamos a viver: desemprego crescente, inflação nas alturas, recordes de mortes e contaminados pela Covid e a lamentável volta da fome. Atualmente, 19 milhões de pessoas passam fome no Brasil, enquanto mais de metade da população brasileira enfrenta algum grau de insegurança alimentar, de acordo com a pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional.

Por isso, em 2021, uma das prioridades da Câmara Municipal foi a luta pela renda básica emergencial no município, uma articulação que envolveu trabalhadores do Sistema de Assistência Social, conselhos municipais de Assistência Social e de Segurança Alimentar e Nutricional, comunidades populares e movimentos sociais, e que resultou na conquista do Auxílio Belo Horizonte. Com esse benefício, mais de 152 mil famílias em situação de vulnerabilidade recebem, a partir de dezembro, um valor que pode chegar a R$ 400, contribuindo para reduzir as dificuldades pelas quais passam o povo pobre de nossa cidade.

Outra luta importante que marcou esse ano que vai terminando foi o combate à máfia do busão em Belo Horizonte, a principal responsável pelos altos preços da passagem de ônibus e pela péssima qualidade do serviço. Participamos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a gestão do transporte público, e nela buscamos combater os privilégios das empresas de ônibus e bater de frente com os desmandos dos empresários do transporte. Mas ainda há muito pela frente, até que o direito social à mobilidade urbana seja efetivado em nossa cidade, como forma de garantir outros direitos como o direito ao trabalho, ao lazer, à cultura, e a tantos outros direitos negados ao povo pobre a partir da negação do direito ao transporte.

Neste ano também incidimos sobre o orçamento público, garantindo que demandas sociais de grupos invisibilizados pelo poder público passem a receber recursos públicos por meio de políticas públicas mais plurais. Apresentamos emendas parlamentares ao orçamento que envolvem a destinação de recursos para quilombos urbanos, ocupações urbanas, população LGBT, pessoas atendidas pela rede de saúde mental, dentre outros grupos que muitas vezes não são contemplados no planejamento municipal.

Dois mil e vinte e um marcou uma conquista importante para o meio ambiente em BH: aprovamos um Projeto de Lei que reconhece o valor ambiental, paisagístico e cultural da Mata do Planalto, localizada na região norte da cidade, abrindo caminho a sua efetiva preservação.

Haja luta! Neste ano de tanto trabalho, atuamos permanentemente na busca por uma cidade em que os trabalhadores e trabalhadoras ambulantes tenham acesso à dignidade, para que não haja despejos forçados na cidade e que o povo tenha seu direito à moradia assegurado, para que a população em situação de rua tenha lugar de acolhimento e seja respeitada, em favor do sistema público de saúde mental e várias outras lutas.

Que venha 2022, o ano em que nos livraremos de Bolsonaro e seu governo e começaremos a traçar novos caminhos de esperança para BH, Minas Gerais e o Brasil.