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Taxa Selic e inflação: o que impactam na sua vida?

Provavelmente você já escutou falar sobre a taxa Selic e a inflação, principalmente quando estão em alta. Mas você sabe o que significam?

Por EmCash
Publicado em 21 de dezembro de 2021 | 03:00
 
 
 
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A taxa Selic e a inflação estão aumentando e você já deve ter ouvido falar disso por aí. É que as altas estão bem elevadas, ultimamente, e ambas impactam sua vida financeira – desde a compra do supermercado até os seus investimentos e empréstimos.

Mas embora essas taxas afetem diretamente o seu bolso, nem todo mundo entende bem o que esses conceitos significam e como atuam na economia. E, com isso, acabam perdendo dinheiro ou ficam sem compreender por que estão pagando mais caro no tomate, no arroz, nos empréstimos (e em praticamente tudo por aí).

Então, preparamos este texto para você entender tudo e cuidar das suas finanças com mais conhecimento.

O que é a inflação?

Inflação é o aumento dos preços de produtos e serviços. Quando a inflação aumenta, o seu dinheiro passa a “valer menos” e você perde poder de compra.

Mas também é importante entender que a inflação muito baixa (deflação) não é favorável. Se os preços estão em queda, um comerciante pode ter prejuízo, por exemplo, já que vende um produto mais barato do que comprou e estocou.

Para medir a inflação, o Brasil usa o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) e é usado para controlar os níveis de preço e suas variações para a população. Ele ajuda a identificar se a inflação está de acordo com a meta estabelecida para o ano ou não.

O que faz com que a inflação suba?

· A taxa Selic, já que os juros podem alterar os preços finais (já vamos falar mais sobre isso);

· O dólar, moeda que regula grande parte do mercado internacional, principalmente o de combustíveis;

· O próprio combustível, que encarece os custos de logística e produção das indústrias e isso chega ao consumidor final;

· Escassez de recursos, como é o caso da crise hídrica atual e aumento do preço da energia elétrica;

· Fatores climáticos, que afetam diretamente a produção de alimentos e seu preço no supermercado;

· Descrença da população na economia. Isso pode levar os donos de negócios a aumentarem seus preços para se proteger da crise;

· Gastos públicos: o Governo imprime mais dinheiro para pagar contas e esse volume é maior que a oferta de produtos e serviços à venda;

· Aumento de impostos, quando o custo pelas despesas públicas é repassado aos consumidores pelo preço dos produtos;

· Dentre outros.

E o que é a taxa Selic?

Já a taxa Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela regula todas as taxas de juros dos empréstimos, financiamentos imobiliários, de carros, os juros do cartão de crédito, dos investimentos e outros.

Ele foi criado para servir de ferramenta do Banco Central para controlar a inflação e é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em uma reunião que acontece a cada 45 dias.

Funciona assim:

1. O Conselho Monetário Nacional estabelece a meta para a inflação do ano;

2. Para mantê-la sob controle, o Copom define a taxa Selic;

3. Quando a Selic sobe, os juros cobrados aumentam e isso desestimula o consumo. Com isso, a inflação tende a cair.

4. Se a Selic desce, o efeito é contrário. As pessoas tendem a fazer mais empréstimos e a consumir mais e, com isso, os preços sobem.

Por que a Selic e a inflação impactam a sua vida?

Como você pôde ver, tudo na economia está ligado e esses índices definem os preços que você vai pagar em:

· Bens de consumo e serviços, que ficam mais caros;

· Financiamentos imobiliários, de veículos, estudantis e outros;

· Juros do cartão de crédito e cheque especial;

· Juros de empréstimos pessoais e consignados;

· E outros.

Quando a inflação está baixa e com mais estabilidade, a economia fica menos incerta e isso estimula os investimentos, o consumo e traz mais segurança para as famílias.

Já quando a inflação está crescendo sucessivamente e em alta velocidade, a incerteza é grande e os preços podem aumentar rapidamente. Talvez você se lembre da hiperinflação nos anos 1980 e 1990, quando o IPCA chegou a 80% ao mês. Na época, o preço de um produto chegava a quase dobrar de um mês para o outro.

Se a inflação está acima de 10% (como está atualmente), fica difícil prever o preço dos produtos, o que causa insegurança para os consumidores.

Como está a taxa Selic e a inflação hoje?

Enquanto em 2020 a taxa Selic chegou à sua mínima histórica, com um patamar de 2% ao ano, em 2021 ela passa por um aumento sucessivo e já chegou a 9,25% ao ano. A previsão para 2022 é que a Selic alcance os 12%.

Em paralelo, o IPCA, que mede a taxa de inflação, também está em alta. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA foi de 10,67%, quando a meta para o ano era de 3,75%.

Segundo o BIS, o “banco central dos bancos centrais”, o Brasil lidera o ritmo de elevações nas taxas de juros entre os países analisados e é o terceiro país com inflação mais alta no acumulado dos últimos 12 meses – atrás apenas da Argentina e da Turquia.

Estamos passando por um momento de “estagflação”, que é justamente quando a inflação continua subindo, mesmo com o aumento da Selic. Esse momento é bastante grave, já que pode gerar um descontrole maior para a economia.

Mas, então, você se pergunta: se o Governo está adotando medidas financeiras para tentar combater o aumento da inflação, mas ela continua subindo, o que está errado?

Acontece que, como falamos, não é só o aumento da Selic que impacta a inflação. O Brasil passa, atualmente, por diversas situações que geraram a crise atual – desde fatores climáticos a questões políticas e as consequências da pandemia da Covid-19.

A dica é ter um bom planejamento financeiro para se proteger dos aumentos da inflação. Ter uma reserva de emergência, diversificar seus investimentos, economizar nos gastos de casa e ter controle das suas contas.

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