O grupo do Cruzeiro transmite confiança de que o clube tem grandes chances de subir? A priori, avaliando o que os celestes possuem no papel, a equipe titular me parece com boas perspectivas. No que tange à presença de qualificadas peças de reposição, penso ser necessário algum acréscimo.

Feito o exposto, não se pode perder um aspecto de vista: no futebol brasileiro, mesmo na Série A, levando-se em conta a dificuldade financeira das agremiações, e o fato de que, via de regra, nossos principais talentos não permanecem por aqui, a esmagadora maioria dos plantéis orbitam em meio a um largo grau de incerteza.

Salvo exceções, como o Flamengo, repleto de jogadores realmente diferenciados, o que se tem por aí predominantemente, mesmo quando nos atemos a nomes com considerável potencial, se enquadra no rol daqueles atletas que exalam inconstância.

Felipe Conceição

O Cruzeiro acertou na escolha do seu treinador. Qualificado intelectualmente, conhecimento dos sinuosos contornos da Série B... São várias as prerrogativas. Só não acho que Felipe Conceição, ao contrário de que tem sido vendido por aí, seja o protótipo do técnico agressivo; que preza de modo quase intransigente pela proposição de jogo, por um controle claramente calcado na posse.

Seu trabalho no América também não se enquadrou no oposto disso. No Coelho, Conceição edificou um conjunto equilibrado, com uma filosofia que ficava numa espécie de meio-termo, entre o pendor para uma ousadia exacerbada, e a cautela cristalinamente perceptível.

A figura do meio-campista

Um dos traços marcantes da filosofia de Felipe Conceição é o seu gosto pela figura do meio-campista tipicamente descrito como moderno, por trabalhar de área a área, preencher os espaços na fase defensiva, funcionar como elemento surpresa no ataque.

O técnico celeste não morre de amores por aquele “camisa 10” que atua muito descolado dos volantes, pouco competitivo – conforme encontramos com frequência no futebol brasileiro, normalmente como a peça centralizada no trio de meias de um 4-2-3-1.

Zaracho 

A máquina de moer reputações do futebol brasileiro precisa cessar. É chocante vermos pessoas listando Zaracho como “mais um fracasso retumbante da era Sampaoli”. Não se pode ser tão apressado, simplório, injusto.

O armador argentino praticamente não teve chances. Precisamos de uma amostragem minimamente representativa de um atleta para avaliá-lo com propriedade. Zaracho não está nem perto de atingir este patamar quantitativo. Tenhamos calma...  

Renato Gaúcho e ambição

Tendo em vista o temperamento de Renato Gaúcho, alguns sinais que ele já deu em entrevistas, enxergo o gremista como um profissional ambicioso, ainda sedento por títulos, pelo status que o protagonismo na luta pelas competições mais importantes fornece.

Por este motivo, se pensarmos que o Galo, hoje, tem potencial financeiro superior ao do tricolor gaúcho para erigir grandes esquadrões, acredito que seja bem factível a chance de Portaluppi dizer sim ao Atlético.

Vasco e Luxa

O Vasco fez bem ao não aceitar a oferta de Luxemburgo para comandar um projeto de reconstrução do clube.

Flu e Roger

Mesmo com o excelente trabalho de Marcão – que seguirá no clube como auxiliar –, Roger Machado foi ótima opção do Fluminense.