Cuca é o melhor
Programas das TVs a cabo procuram enquetes simplórias para debates diretos, populistas. Ontem vi perguntas na linha: “Quem faz trabalho melhor, Cuca ou Renato Gaúcho?” Gosto de Portaluppi. Indagações assim, contudo, não fazem o menor sentido. Cuca está desde o começo do ano no Galo realizando um labor brilhante. Simples assim. Renato aterrissou no rubro-negro bombando e merece demais elogios. Mas, sobretudo pela longevidade no alvinegro, a resposta para o pobre questionamento não gera dúvidas. Cuca realiza o melhor trabalho do Brasil. Ponto final. Se há um concorrente, e este, sim, considero discutível, ao menos plausível para lincarmos com uma profunda e instigante arenga, é Vojvoda, justamente o oponente do Atlético na semifinal da Copa do Brasil. Alçar o elenco modesto do Fortaleza a voos tão altos mostra-se digno de muitos confetes.
Inversão
Me instigou a inversão de valores perpetrada durante Galo e Fluminense. Tudo muito estranho. O Atlético venceu a primeira partida e é tão superior que os cariocas sequer vieram minimamente agressivos. Parecia que quem estava classificando era o tricolor. E, ao longo do cotejo, cobrava-se quase um show do Galo e se elogiava a marcação do esquadrão de Marcão. O quê? A defesa do Fluminense, a estratégia dos visitantes, talvez faria jus a comentários favoráveis se o embate fosse nos pontos corridos. Precisamos compreender o contexto. Nas circunstâncias reais, o tricolor não jogou absolutamente nada. Classificação praticamente sem riscos.
Desculpa
Vale, sobretudo, para Galo e Flamengo: o papo de que o “sarrafo” revela-se alto e sempre se pode “cobrar” mais em nome do espetáculo tem limite. É não entender de futebol. É fruto de uma visão “moderna” que teoricamente “quer o bem” do nosso ludopédio. Sim, o futebol brasileiro tem milhões de problemas, em todas as alçadas imagináveis. Sim, Galo, Flamengo e Palmeiras apresentam esquadrões bem acima dos outros, e verdadeiramente não podem se dar ao luxo de jogar mal com frequência. Mas...
Realidade do campo
Existe disputa. Futebol não é um esporte afeito a um domínio avassalador, tanto dentro de todos os confrontos quanto num olhar macro no conjunto dos duelos. A vantagem de quem possui talento se materializa dissipada. Se Galo e rubro-negro são melhores, o que vai acontecer é, em médio prazo, essas equipes irem vencendo, abrindo vantagem, se classificando, proporcionalmente, em várias competições. Goleadas e vitórias – ou deslizes – e alguma oscilação desnudam-se totalmente naturais.
Segredo
Não gosto de falar de salários de atletas. Às vezes, numa abordagem cuidadosa, é necessário. O Cruzeiro na era Itair não errou por gastar em excesso somente com estrelas como Thiago Neves, Fred, Rodriguinho. Os montantes destinados aos reservas, aos coadjuvantes, a personagens com pouco mercado, e que a torcida nem gostava, também se apresentavam irracionais. Não carrego as contas completas, mas posso garantir que no Galo este cenário é, no mínimo, bem melhor.
Ilusão
Não pensemos que o PSG vai sempre deitar e rolar. Mesmo num nível indescritível, ainda é necessário acertar coisas, como a marcação.
Conjuntos
City, Bayern e Chelsea, com conjuntos afinados, ótimos treinadores, e boas peças, menos badalados, são os melhores da Europa.