Cadu Doné

Gerações melhores

Um dos pontos interessantes da atual Euro: várias seleções que já eram fortes chegaram reunindo potencial técnico nos seus elencos ainda superior

Por Cadu Doné
Publicado em 28 de junho de 2021 | 03:00
 
 
 
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Gerações melhores

Um dos pontos interessantes da atual Euro: várias seleções que já eram fortes nos últimos anos chegaram à festa continental reunindo potencial técnico nos seus elencos ainda superior. A Inglaterra se enquadra neste rol. Sim, a fase de preparação para o torneio começou com más notícias para os britânicos: Alexander-Arnold, um dos mais talentosos laterais-direitos do planeta, não se recuperou de lesão a tempo de servir o escrete da Rainha – o atleta do Liverpool, na última temporada, não rendeu o que dele se esperava, é verdade; ainda assim, pela qualidade bruta do seu futebol, faz falta. Na Copa de 2018, Southgate escolheu o sistema com três zagueiros. Stones e Maguire compunham o trio titular. Hoje, formando dupla numa linha de quatro, se encontram mais consolidados, prestigiados, no cenário mundial, do que na época da visita à Rússia. 

 

Ataque forte

Harry Kane, Rashford, Sterling, Folden, Mount, Sancho, Grealish... O esquadrão dos três leões esbanja quantidade e qualidade nos seus setores de criação e definição – diante da República Tcheca, Saka iniciou a partida como meia-atacante pela direita. A Inglaterra não convenceu na fase de grupos da Euro. Um certo sabor de decepção, um eco de desânimo pairou no ar. O time foi vaiado no empate contra a Escócia. O “The Guardian” veiculou ontem matéria interessantíssima revelando os chocantes números de ofensas recebidas pelos jogadores nas redes sociais. Se a atmosfera, até aqui, não esparge positividade, não é pela falta de material humano.

 

Badalação

A Alemanha não vem recebendo os mesmos holofotes de um passado recente. Em determinada medida, ok. Transição de geração, perda de alguns destaques... Mas há novidades nada desprezíveis – e, assim como no caso do adversário desta terça, pela excelência do plantel, dava para o treinador edificar um conjunto mais azeitado. Gündogan acaba de sair da melhor temporada de sua vida. Havertz desabrochou no Chelsea com a chegada de Tuchel – a glória do gol do título na Champions certamente não atrapalha. 

 

Pérola

Kimmich se firma a cada dia. Jogador especial. Primeiro volante, meio-campista que avança, lateral, ala... Refinamento, maturidade – tudo sem perder a eficiência alemã: o craque do Bayern parece viver seus anos dourados. Confesso que fico com a pulga atrás da orelha: por mais que ele entregue pelos flancos, não é um desperdício tirar um sujeito com tanto poder de ingerência sobre o jogo da faixa onde a bola mais passa? Fato é que nele detectamos razão para não desprezarmos os germânicos.

 

Pecado

Um dos melhores jogadores de uma geração repleta, vencedora; um casamento que tinha tudo para ser perfeito. Um completaria o outro. Comemorava que Marco Reus estaria inteiro para disputar a Euro. Infelizmente, o alemão teve de pedir dispensa por limitações físicas. Reus perdeu o bonde de um período iluminado do seu país. Sua nação poderia triunfar ainda mais com um dos seus filhos mais pródigos. Uma daquelas lacunas históricas impreenchíveis. O “se” que machuca.

 

Desperdício

Curioso: o time português eliminado ontem tem mais talento do que o campeão em 2016. O trabalho de Fernando Santos é fraco.

 

Decisivo

A Bélgica é ótima. Mas ninguém passa incólume ao desfalque de De Bruyne. Caso não jogue na sexta, aumentam as chances italianas.

 

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