CADU DONÉ

Hulk x Gabigol

Ataque da seleção está em boas independentemente da escolha de Tite


Publicado em 01 de setembro de 2021 | 03:00
 
 
 
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Há algum tempo digo que Hulk é o melhor jogador em atividade no Brasil. E ainda penso assim. Ninguém rasgou elogios tão superlativos quanto multifacetados ao super-herói da massa como eu – alguns podem ter atingido, obviamente, um patamar igual. O atacante do Galo sobrepuja – e muito – com louvor todos os estereótipos a ele associados; suas características transcendem a força ligada ao trator alvinegro. O craque que saiu da China para aterrissar com estilo em Minas, esbanja velocidade, habilidade, repertório; seu jogo desnuda-se com uma completude cristalina. Dito isso, cheguemos ao próximo passo: muita gente no nosso estado – jornalistas, torcedores –, a esmagadora maioria nem tão admiradora dos predicados de Hulk quanto eu, “cobram” uma espécie de preferência absoluta deste atleta ímpar na seleção brasileira; o buraco é mais embaixo...

Monstro

Por parte da mídia, isso acontece por um tipo de demagogia, generosa dose de bairrismo, um medo irrefutável que se espalha das torcidas de Atlético e Cruzeiro. Quanto aos fãs, a obtusidade se materializa pela cegueira oriunda do fanatismo. Hulk é espetacular. Mas Gabigol se mostra gigante. O posto de melhor futebolista do nosso país na atualidade só não se solidifica dividido entre estes dois gênios pelo fato de o flamenguista ter perdido um quinhão significativo de cotejos pelo seu clube em função da Copa América. Se Tite privilegiar o rubro-negro, não estaremos diante de qualquer disparate – e isso não configuraria demérito do alvinegro.

Subestimados

A convocação do escrete cebeefiano para os próximos embates pelas Eliminatórias não contou com os “ingleses”. E ali, pensando no que há de melhor entre os jogadores tupiniquins, existem pérolas subestimadas. Cornetar Gabriel Jesus levando-se em conta sua entrega estoica, sua notável disciplina para não reclamar de nada – como disse ninguém menos do que Guardiola –, e executar exatamente a tarefa que o treinador demanda, resvala na crueldade. E seu talento enquanto ponta ou centroavante...

Rivais

Como Liverpool e City monopolizaram a briga pelos títulos da Premier League nos últimos anos, Jesus e Firmino, de certa forma, viraram rivais. O “9” dos Reds também já foi alvo de incompreensão em seu próprio quintal. O parceiro de Mané e Salah até não vive, desde a temporada passada, momento dos mais favoráveis. Com boa frequência, vem perdendo espaço para Diogo Jota. Ainda assim, o homem dos dentes reluzentes não deixa de ser concorrente dos mais respeitáveis para o ataque da seleção.

A ofensividade de Cuca

Por sofrer com clichês equivocados a respeito do seu trabalho, frequentemente descrito simploriamente como meramente reativo, e pela usual associação, também descabida, entre a filosofia de esperar mais o oponente e a adoção de um defensivismo, muitos não concedem o crédito merecido a Cuca por sua coragem. O Galo anda sendo escalado de maneira arrojada. Com a adaptação de Zaracho como segundo homem pelo centro, o conjunto preto e branco fica com só um volante.

Entrega

Zaracho tem feito jus a elogios pela eficiência que vem demonstrando na fase defensiva – inclusive com desarmes importantes.

Enganoso

Pela qualidade da atuação do Atlético, o placar em Bragança Paulista no último domingo foi dos mais enganosos do campeonato.

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