CÂNDIDO HENRIQUE

As frustrações que afastam os atleticanos

O torcedor do Galo coleciona frustrações de 2014 para cá


Publicado em 11 de novembro de 2018 | 03:00
 
 
 
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O Atlético está cada dia mais longe de sua torcida. E os alvinegros respondem e se mostram mais distantes do Galo. O que afasta ou esfria o torcedor? O pequeno Independência, que faz um público de 18 mil pessoas parecer bom?

O time, um dos mais frios em décadas?

Os resultados, que não condizem com a expectativa criada no início do ano? Lembrando que o presidente disse que queria o título do Campeonato Brasileiro e rebaixou a Copa Sul-Americana a segunda divisão das Américas.

A falta de um grande jogador revelado nas categorias de base, que faria com que a torcida acreditasse novamente naqueles que vêm do coração do clube?

Ou seria a falta de convicção no trabalho de um treinador? Desde 2015, quando Levir Culpi foi demitido mesmo sendo vice-campeão do Brasileirão, o Galo não dá sequência a um técnico.

O sucesso do maior rival, dono dos últimos dois título da Copa do Brasil, também pode ter esfriado os atleticanos, que esperam por nova grande conquista desde 2014?

O torcedor do Galo coleciona frustrações de 2014 para cá. Você pode escolher um fator ou vários para explicar porque está mais distante do seu time do coração.

Eu escolho um: a contratação de Alexandre Gallo como diretor de futebol. Capitão do time vice-campeão Brasileiro em 1999, Gallo nunca fez um trabalho que o credenciasse a ser o líder de um marco importante, como a reconstrução de um time com o Atlético.

Como técnico, Gallo foi tímido. Teve passagem apagada pelo próprio Atlético, rodou por grandes times, como Internacional e Santos, e acabou por ser peça de reposição rápida para equipes como Náutico, Ponte Preta e Vitória.

No papel de coordenador, teve passagem contestada pelas categorias de base da seleção brasileira. Ele foi contratado em 2013 e demitido dois anos depois, após a seleção sub-20 terminar o Sul-Americana na quarta colocação e não conseguir a classificação para o Mundial da categoria. Algo considerado inadmissível.

Não precisa ser um expert em futebol para conhecer o currículo de Alexandre Gallo como técnico e coordenador de futebol. Tudo o que falei nos dois parágrafos anteriores é encontrado em uma busca fácil no Google. No entanto, para quem trabalha com futebol, ligações para pessoas de confiança serviriam para um melhor conselho.

O passado recente do Atlético, ao mesmo tempo, mostra que é importante, sim, ter um diretor de futebol confiável. A queda de resultados do Galo coincide com a ausência de Eduardo Maluf, que batalhou contra um câncer por um tempo e faleceu em junho do ano passado.

Maluf é tão responsável pelo sucesso do Atlético de 2012 a 2014 quanto o presidente Alexandre Kalil. E isso ajuda até a justificar o desejo do atual mandatário do Galo, Sergio Sette Câmara, de deixar o futebol com quem realmente domina o assunto para que ele possa tocar o clube em outras frentes, como a construção do estádio e também o saneamento das dívidas, que corroem o caixa do clube. Este, aliás, que precisa de vitórias para não ficar ainda menor.

 

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