CHICO MAIA

A dura vida dos treinadores

Redação O Tempo


Publicado em 05 de julho de 2016 | 03:00
 
 
 
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Depois de quatro derrotas e um empate seguidos, a batata do Argel passou a assar mais intensamente após a derrota para o Grêmio, no Beira-Rio, no mesmo horário em que o Cruzeiro empatava com o Vitória, no Mineirão, e a torcida chamava o técnico Paulo Bento de “burro”. Outro dia mesmo o Argel estava sendo endeusado porque, de forma inesperada, o Internacional brigava pela liderança do Brasileiro. Paulo Bento também vinha sendo muito elogiado por vitórias importantes contra o Atlético, a Ponte Preta fora de casa e, principalmente, o Palmeiras, líder. A vida de treinador não é fácil. Mantenho os elogios que tenho feito ao comandante do Cruzeiro, que chegou com o campeonato em andamento, em um mundo desconhecido para ele, e o pior: um elenco muito limitado.

No sufoco

A frase “tirar água em pedra” se aplica à situação de Paulo Bento. Nesse 2 x 2 com o Vitória, os baianos mandaram no jogo até os 23 minutos, quando o Cruzeiro saiu na frente e equilibrou o jogo. Fez o segundo aos 8 do segundo tempo, e o Vitória teve Ramon expulso. Era de se esperar mais gols cruzeirenses, mas os baianos, que têm um bom time, foram para cima, correram mais e empataram.

Limitações

A maioria dos 43.821 pagantes vaiou e xingou o Paulo Bento, possivelmente por ter deixado o Willian no banco. Também por ter colocado o Allano no lugar do Bryan, que foi muito mal na disputa com Marinho, o grande nome da partida. É o que o treinador tem para escalar. Com Rafael Sóbis e o argentino Ábila, o ataque deverá melhorar, mas a defesa é o maior problema atualmente.

Mais limitações

Quando o elenco é limitado demais, os jogadores que se salvam ficam proibidos de falhar. Caso do excelente João Ricardo, do América, que tomou um raro frango, e o time perdeu de 1 a 0 para o Atlético-PR. É triste ver um Leandro Guerreiro tentando bravamente fazer a parte dele, mas a idade pesa contra, ainda mais nessa função de cão de guarda da defesa.

Para entender

Ainda sobre treinadores, fica a pergunta a ser feita ao uruguaio Diego Aguirre: por que ele não escalava o Cazares no Atlético? Ele mesmo dizia que era questão técnica, que não havia problema extracampo. Diante de boatos de que o equatoriano estava abusando da noite de BH, o próprio Cazares negou, publicamente. Interessante é que o Atlético perdeu jogos da Libertadores e do Mineiro sentindo falta, justamente, de um jogador com as características do Cazares, que só não tem feito chover nos últimos jogos. O moço joga pelos lados e pelo meio, ataca, defende e corre mais que todo mundo. Mas o Aguirre não via?

Ingressos de menos

Como consequência de péssimas notícias sobre o Rio, a venda de ingressos está muito abaixo da expectativa e da prometida pelas autoridades brasileiras ao Comitê Olímpico Internacional (COI), na época da candidatura aos Jogos de 2016. A previsão era vender, no mínimo, 81% dos 7 milhões de ingressos disponíveis, quando estivesse faltando um mês para o início. Porém, só foram vendidos até agora 4,2 milhões de ingressos, ou 70%.

A bola sumiu

Fred foi expulso injustamente pelo paranaense da Fifa Rafael Traci, mas o Atlético jogou muito abaixo do que se esperava, contra um adversário fraco. Desperdiçou grande oportunidade de encostar nos quatro primeiros. A defesa continua sendo o ponto fraco do time. O gol de empate do Figueirense foi infantil, em cima de zagueiros e goleiro dos mais experientes do nosso futebol. E o “fenômeno” Patric, iniciado na “Era” Levir Culpi, prestigiado por Aguirre, continua: sai Robinho e ele entra. Também não entendi a mexida do Marcelo Oliveira tirando Cazares para a entrada de Hyuri. Pelo que foi falado, o equatoriano não pediu para sair. Mas, depois da expulsão do Fred, e pela bola que o time não jogou, o empate ficou de bom tamanho. Lamentável mesmo é que o artilheiro ficará de fora contra o Flamengo, domingo, em Brasília.

Missa por Tânia Mara

Na próxima quinta-feira, às 19h, será celebrada Missa de Sétimo dia em intenção da alma da jornalista Tânia Mara, na igreja Dom Bosco, final da avenida Ivaí, bairro Dom Bosco. Foi uma das primeiras mulheres a ocupar, com sucesso, importante espaço na imprensa esportiva de Minas e do Brasil. Repórter, redatora e apresentadora, marcou época na Rádio Alvorada FM, no jornal “Hoje em Dia” e como correspondente de jornais como “Jornal do Brasil”, do Rio, e “Estadão”, de São Paulo. Brilhante em tudo o que fazia, formou-se- na PUC e viveu um drama que só terminou na última sexta-feira, aos 51 anos de idade. Aos 29, foi diagnosticada com esclerose múltipla, essa terrível doença que nenhum ser humano deveria sofrer. Passou os últimos 16 anos acamada. Seu pai, senhor Nery, se foi em 2009; a mãe, dona Lúcia, em 2012. Meus sentimentos aos irmãos Lucinery, Cíntia e Thiago e ao marido, Jairo. Descanse em paz, Tânia Mara! Até um dia! 

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