CHICO MAIA

Desafios às forças e fragilidades dos nossos times no Brasileiro

Redação O Tempo


Publicado em 30 de agosto de 2016 | 03:00
 
 
 
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Cruzeiro e Santa Cruz entraram em campo sob pressão total, na luta contra o rebaixamento, mas, individualmente, o goleiro Rafael e o árbitro Sandro Meira Ricci eram os mais pressionados. O apitador, porque estava vetado há seis anos pela diretoria cruzeirense; o jovem goleiro, porque, além de estar substituindo Fábio, substituía também Lucas França, que teve duas ótimas atuações, como segundo suplente da meta cruzeirense. Ambos foram bem. Meira Ricci apitou sem maiores contestações, e Rafael foi muito tranquilo e fez duas excelentes defesas.

Quebrando a cabeça

O time é que, a rigor, teve 15 minutos de boa qualidade, no segundo tempo, quando marcou os gols da vitória. Mano Menezes está tendo que quebrar mais a cabeça que no ano passado, mas já dá para prever que ao final do campeonato o Cruzeiro passará longe do rebaixamento.
 
Escapou

Em Porto Alegre, o Atlético escapava de um placar elástico contra o Grêmio até os 41 minutos do segundo tempo, quando Robinho empatou o jogo. Uilson fazia ótimas defesas e contava com a pontaria descalibrada dos gaúchos, que lamentam até agora essas oportunidades desperdiçadas. Mas o Grêmio também tem o que comemorar: aos 44 minutos, Lucas Pratto errou um gol que não costuma errar.
 
Desculpas forçadas

Enche a paciência ouvir tantas desculpas de “time desfalcado” para tentar justificar resultados frustrantes no Brasileiro. Desde 2003 o campeonato é assim, por pontos corridos, que premia a regularidade e quem tem o melhor elenco, não só o melhor time. O futebol é coletivo e, sendo assim, quem ganha é um grupo e não apenas os 11 que entram inicialmente.
  
Efeitos de um grupo

A torcida do Atlético esperava que o elenco que o clube tem o mantivesse no topo da tabela da primeira à última rodada, mas o futebol não é fácil assim. Os muitos jogadores acima da média estão resolvendo, no tempo certo: Robinho entrou no lugar de Fred, aos 18 minutos. Aos 41, aproveitou cruzamento milimétrico de Douglas Santos e evitou a derrota atleticana.

Mais efeitos

Lucas Cândido não fazia um bom jogo, e, no intervalo, Douglas Santos entrou no lugar dele e melhorou o rendimento do Galo. O lado esquerdo alvinegro foi fortalecido, e por lá começou o salvador e inesperado gol de empate. O Atlético está muito bem servido de laterais e pode aproveitar Fábio Santos também como zagueiro, onde ele foi bem, também, defendendo o Corinthians. 

Resignação

O América perdeu mais uma e continua naquela de “jogou até bem, mas não conseguiu aproveitar as oportunidades criadas”. Não “consegue” porque não tem jogadores à altura para isso. Joga bem, não faz gol e toma um “gol bobo”, que lhe impõe mais uma derrota, ou de 1 a 0, 2 a 1 de virada e até por placares baixos. Ou seja, os americanos estão resignados e se contentando em não tomar goleadas.

Time mal montado

A culpa não foi de Givanildo nem do sucessor Sérgio Vieira e muito menos do sucessor Enderson Moreira. Depois do acesso à Série A, no ano passado, Givanildo reclamava que a diretoria não estava segurando alguns jogadores importantes nem conseguindo peças de reposição de nível superior. O resultado está aí e era previsível. Mas não é o fim do mundo. O Coelho tem retrospecto de tropeços e de recuperação em sua história e certamente dará a volta por cima, mais uma vez, visando montar um time competitivo para 2017 e retornar à Série A em 2018.

Fé em Enderson

Que a diretoria não caia em tentação de dispensar a atual comissão técnica nem sair contratando mais baciadas neste Brasileiro. Que dê condições e carta branca a Enderson Moreira para que ele já trabalhe visando ao time do ano que vem. O atual campeonato é um ótimo laboratório. E que acima de tudo consiga segurar os três ou quatro jogadores de Série A de verdade que ele tem no elenco.

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