CHICO MAIA

Eles pegaram o ritmo, e tudo ficou mais fácil

Redação O Tempo


Publicado em 21 de junho de 2016 | 03:00
 
 
 
normal

A falta de sintonia na comunicação do comitê organizador da Copa América com a imprensa só durou até a primeira rodada. A partir dali, ficou fácil. Diariamente, eles despejam muitas informações em nossos e-mail, com destaque para o jogo do dia. Recebemos as listas detalhadas das duas seleções, trio de arbitragem, jogos passados e futuros, situação de cada time para aquele confronto e outros detalhes muito úteis. Ao fim, no “pé da página”, o link para o jornalista clicar e solicitar o ingresso para a tribuna de imprensa e pedir também o tíquete para o estacionamento no estádio.

Tecnicamente, trabalhar nos Estados Unidos é um paraíso para jornalistas. Internet ultrarrápida de qualquer lugar, por celular, 3G, 4G ou wi-fi. Redes públicas ou privadas, de graça, nas ruas, praças, bares, restaurantes, hotéis, nas estradas, de carro, de ônibus, a pé, parado ou em movimento. A danada da conexão está garantida, sempre firme, sem cair, de alta qualidade.

Para nós, que sofremos com isso que chamam de internet no Brasil, é a maior maravilha do mundo. Nunca tive tanta facilidade e prazer em trabalhar, tanto para enviar as minhas colunas para O TEMPO e para o Super Notícia, quanto para enviar os boletins diários para a Rádio Alvorada FM.

O envio do material do exterior para as redações merece um capítulo à parte. Às vezes, me perguntam como era antigamente. Até me espanto em lembrar. E não faz tanto tempo assim. Passávamos o número do telefone para a telefonista do hotel e pedíamos a ligação. A espera durava, no mínimo, meia hora em países evoluídos, ou seja, da Europa ou dos Estados Unidos. Esperávamos a ligação do hall do hotel, já que a transferência para o apartamento poderia cair, e qualquer segundo de conexão custava uma grana alta. Antes de viajar, a direção da rádio nos passava uma lista de recomendações visando gastar o mínimo possível com telefonemas.

FOTO: Chico Maia
as
Última geração. A qualidade e o alcance da internet e da telefonia dos Estados Unidos permite o nosso trabalho com o carro em movimento, em qualquer estrada dos Estados Unidos.

Do purgatório ao paraíso. Normalmente, as ligações caíam durante o boletim, e tínhamos que começar todo o ritual novamente: da solicitação à telefonista à gravação. Um operador de áudio ficava na retaguarda, nos estúdios da rádio, aguardando essas chamadas. Textos e fotos eram mais complicados ainda. Peguei as eras do telex, depois telefax e fax. E quase não acreditei quando surgiu a intranet, com aquele santo barulho de disco arranhado quando a conexão estava sendo completada. Isso nas Olimpíadas de Atlanta (1996), já que, até a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, a transmissão ainda era na base do fax. A gente fazia fotocópias das páginas escritas e enviava para as redações.

Revolução. Me lembro do comentário geral em nosso meio das primeiras fotos enviadas, “experimentalmente”, pela “Folha de S. Paulo” via essa “tal de internet”, que estava surgindo. Um espanto. Daí a pouco, estava todo mundo se utilizando o e-mail, essa maravilha do século XX. As fotos, que davam um trabalhão danado e levavam horas para ser enviadas, viraram brincadeira de criança. Apenas quatro anos depois, na Copa da França em 1998, todos os fotógrafos e meios impressos disparavam suas fotos direto do gramado para as telas dos computadores dos respectivos editores. Difícil de acreditar!

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!