CHICO MAIA

Gente séria no comando da seleção olímpica

Redação O Tempo


Publicado em 30 de junho de 2016 | 03:00
 
 
 
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Eu vi de perto o trabalho de Rogério Micale quando ele dirigiu o Democrata de Sete Lagoas na terceira divisão mineira, em 2010. Ele se desdobrava, já que, paralelamente, comandava também o júnior do Atlético, na parceria feita entre os clubes. Foi quando surgiu o baixinho Bernard, que era reserva do grandão Wendell, tido como futuro craque, mas preguiçoso.

Achava que era só entrar em campo, e pronto. Bernard aproveitou as chances que teve e se transformou na venda mais valiosa da história do futebol mineiro. Possivelmente, a seleção olímpica terá mais apoio da torcida brasileira que a principal. A começar pela atitude de Tite, que, inteligentemente, passou a bola do comando para Micale, que seria escanteado caso Dunga continuasse. Aliás, já estava fora e foi resgatado pelo ex-treinador do Corinthians, que estabeleceu essa como uma das condições para aceitar o cargo.

Além de ser coerente, já que Micale estava no comando dos “olímpicos” há um ano e meio, Tite escapou do risco de se queimar, como ocorreu com Vanderlei Luxemburgo, nos Jogos de Sydney 2000 e Mano Menezes em Londres 2012.

Rogério Micale tem 47 anos de idade, baiano de Salvador, mas seu berço no futebol é o Sul.

Do Sul a Minas

Começou em Londrina, e depois se destacou no Figueirense conquistando a Copa São Paulo de juniores em 2008. Contratado pelo Atlético no mesmo ano, conquistou a Taça BH duas vezes, dois campeonatos estaduais e dois torneios na Holanda, sempre com os juniores. Em 2011, tentou alçar voo no profissionalismo, contratado pelo Grêmio Prudente-SP, mas três meses depois estava de volta ao Galo.

De volta

Rogério Micale ficou no Atlético até o início do ano passado, quando foi contratado pela CBF para o lugar de Alexandre Gallo. É um estudioso do futebol e muito respeitado nacionalmente pelos colegas dele de profissão e por dirigentes. Boa praça, bom de prosa, admirador de vinhos e habilidoso no trato com as pessoas, sem abrir mão da personalidade na defesa dos próprios pontos de vista.

Primeira onda

Micale demonstrou essa personalidade em sua entrevista coletiva na CBF, nesta quarta-feira (29), ao ser perguntado se Neymar será o capitão do time. Quem não o conhece pensou que ele fosse bajular o atacante do Barcelona. Nem pestanejou e respondeu que há vários convocados com perfil para ser capitão e que conversará com todos, especialmente com Neymar, para depois decidir a quem dará essa missão de capitão da seleção na Olimpíada.

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