Ladainha ridícula

Grande parte da imprensa mistura os 7 a 1 para a Alemanha, em 2014, com o jogo de quinta-feira com a Argentina, como se uma coisa tivesse a ver com a outra. A única explicação que vejo para essa chatice é a tentativa de alavancar leitura e audiência.

Quase essa mesma turma andava dizendo até outro dia que o Brasil estava vivendo uma “geração perdida” em termos de qualidade de futebol.

Aquele vexame da Copa é inapagável, mas só aconteceu porque a direção corrupta e incompetente da CBF trocou a comissão técnica na hora errada. Interrompeu um trabalho promissor de Mano Menezes por dois dinossauros do futebol. Colocou Felipão e Parreira, o “anteontem futebol clube”, para comandar a seleção numa Copa para enfrentar o que havia de mais moderno em preparação de um time de futebol no planeta.

Os alemães tiveram dó, tiraram o pé. Sete foi pouco! Não satisfeita, a mesma cartolagem incompetente e corrupta chamou de volta Dunga, que não é treinador, para dar continuidade ao show de horrores. Depois de uma campanha ridícula na Copa América nos EUA e diante da ameaça real de ficar fora de um Mundial pela primeira vez na história, os sujeitos foram obrigados a colocar no comando alguém do ramo e atualizado.

Mudança. Com Tite, a seleção, que estava fora da zona de classificação das Eliminatórias, passou a convocar os jogadores certos e a jogar futebol. O resultado está aí: 100% de aproveitamento, líder absoluta da competição e se dando ao luxo de atropelar a Argentina de Messi e cia. Tudo bem que eles vivem um dos piores momentos da história, dentro e, principalmente, fora de campo.

Méritos. A AFA (a CBF deles) está em crise de comando e sem saber o que fazer, depois da morte do presidente Júlio Grondona, um dos dirigentes mais nefastos da história do futebol mundial. Sobre o jogo, Neymar, Gabriel Jesus, Philippe Coutinho, Marcelo, Renato Augusto e Paulinho fizeram a diferença. O time do técnico Edgardo Bauza foi um amontoado.

Só Jesus. A Argentina tem hoje uma defesa batendo cabeça, o meio perdido e o ataque inoperante. Assim, nem Messi salva! O 3 a 0 foi pouco. A Argentina estava torcendo para o jogo acabar logo. E como disse o jornalista Maurício Miranda @reporterMM : “7 a 1 já deu. Vamos ter mais criatividade nas pautas”.

Só da B. Neste fim de semana só tivemos jogos pela Série B. Parar o Brasileiro da A por causa das Eliminatórias é um erro, que precisa ser revisto. Além da maioria dos convocados não atuar em nossos clubes, a tabela proporciona espaços para serem ocupados por eventuais mudanças. A CBF não age assim porque não quer, já que a Globo, maior patrocinadora não se opõe.