CHICO MAIA

Mineiros estão com muitos débitos a quitar com as suas torcidas

Redação O Tempo


Publicado em 21 de julho de 2016 | 03:00
 
 
 
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Coletivamente, o Atlético continua devendo, mas os valores individuais vão garantindo vitórias como essa sobre o Coritiba. Muito longe do que é preciso para bater os concorrentes mais fortes. Os torcedores gostaram mesmo foi do dia e horário do jogo: segunda-feira, às 20h, e o Independência cheio, com 20.891 pagantes. A partida foi amarrada, truncada, muitas faltas, e o Coritiba dando um trabalho danado ao time do Galo. Marcelo Oliveira ainda não conseguiu dar uma cara ao time, e muito menos opções para enfrentar diferentes esquemas de marcação adversária.

Confiança no taco

O time se sustenta nos valores individuais, que resolvem em lances isolados e na confusão que os defensores ficam ao bater cabeça quanto a quem marcar. Foi assim no primeiro gol alvinegro, aos 40 minutos, quando Eduardo cruzou bem na área, Fred subiu, mas quem cabeceou foi Robinho. Lucas Pratto tinha entrado quatro minutos antes, no lugar do Carlos.

Crescendo de produção

Aliás, Eduardo fez um grande jogo, mas tomou o terceiro amarelo e fica de fora contra o Palmeiras, no domingo, lá. O Coritiba também tem alguns bons valores individuais, com Kléber como destaque. Se tivesse mais controle dos nervos, estaria em um grande clube europeu.

Outros débitos

Se o time está devendo boas atuações e bons resultados, a diretoria do Cruzeiro está devendo explicações sobre a “invasão” de torcedores organizados à Toca da Raposa, na segunda-feira. Foi invasão mesmo ou entrada não só consentida, mas também armada, para pressionar os jogadores no local de trabalho deles? Invasores passariam com tanta tranquilidade pela eficiente segurança da Toca?

Sintonia

Qualquer invasão pressupõe reação do dono do espaço invadido; própria, em princípio, e chamando a polícia na sequência. Nenhum noticiário informou este tipo de situação neste lamentável e perigoso episódio na Toca da Raposa. Também é preciso mais sintonia da diretoria. No domingo, o diretor de futebol detonou o Riascos; na segunda-feira, o presidente disse que houve exagero na punição.

É do ramo

Com Enderson Moreira, espera-se que o América aproveite melhor os jogadores feitos em casa, como o meia-atacante Matheusinho, de 18 anos, que não teve chances reais no profissional até agora e foi chamado para completar o grupo da seleção olímpica na Granja Comari. Manchete do canal ESPN, ontem: “Com chegada de Tite, revelação do América-MG rouba a cena em treino da seleção”.

Acerto

Enderson Moreira é profissional sério, cuja origem é o Santa Tereza, onde jogou e foi treinador. Conhece como poucos o futebol mineiro e brasileiro, além de ser um estudioso do mundo global da bola. Ótimo nome para desenvolver um trabalho de longo prazo no América, mesclando a base do clube com jogadores rodados. Precisará de tempo e muito apoio da diretoria e torcida para um trabalho vitorioso.


Contusões demais

Vejam que interessante comentário do Juarez Antônio Avelar Fernandino e uma sugestão dele, que poderia diminuir o problema:

“Prezado Chico Maia. Um assunto que não sei se já chegou a ser objeto de alguma matéria sua é sobre a atual incidência de contusão dos jogadores de futebol. Sinceramente, não me lembro de termos passado por uma situação como a atual, bem provavelmente em decorrência da intensidade com que as partidas vêm sendo disputadas. Veja a quantidade de choques de cabeça. Veja como os jogadores têm terminado as partidas extenuados, alguns simplesmente desabando no gramado, ao final dos jogos. Por conta disso, temos observado, inclusive, uma cobrança que não se via antes dos departamentos médicos dos clubes, sendo-lhes questionado sobre a reincidência das contusões ou a demora nas recuperações. Alguma coisa está errada e necessita ser corrigida. Diante da situação, como alternativa, será que a Fifa não poderia reavaliar a regra que trata das substituições durante os jogos, aumentando a atual quantidade de três para, pelo menos, cinco? Veja que assim já ocorre com outros esportes, como o vôlei ou o basquete… E, por ironia, vemos os times com até 12 jogadores no banco de suplência. Ora, para que tudo isto, se só podem substituir até três, quando substituem? Em minha opinião, deveriam pensar mais na integridade dos atletas como forma de preservar o nosso futebol que, por sinal, já anda tão decadente…” - Juarez Antônio Avelar Fernandino.

Verdade

Concordo plenamente com o Juarez Fernandino. Estamos passando por um momento de transformação no futebol brasileiro neste aspecto, motivado pelo aumento do número de competições, mas os dirigentes não se deram conta de que jogador de futebol não é uma máquina de ferro e sim de carne, osso, músculos e cérebro. Além da cobrança geral, os atletas são incentivados por premiações altas por vitórias e classificação final nas competições, evolutivas. Faltam comer grama para vencer e aumentar a grana que poderão ganhar na sequência. Médicos, preparadores e fisioterapeutas estão se tornando vilões, injustamente, e não têm força para denunciar a situação. As consequências estão aí: departamentos médicos lotados e raramente os times repetem escalações sem desfalques, prejudicando a qualidade técnica das partidas.

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