CHICO MAIA

Muita coisa fora de ordem

Redação O Tempo


Publicado em 14 de outubro de 2014 | 03:00
 
 
 
normal

Confesso que não escrevi esta coluna em estado normal. Retornando de Conceição do Mato Dentro, fiquei traumatizado com a intensidade e extensão do fogo na serra do Cipó em todo o percurso da rodovia MG–010. Na ida, sexta-feira, já me assustei com o que vi dessa devastação. E o pior: os nativos e os bravos brigadistas anti-fogo garantem que a maioria dos focos não se trata de crime, mas sim da natureza, tão provocada e machucada pela ação humana. A atuação do Cruzeiro contra o Flamengo também foi assustadora, assim como o placar, absolutamente justo.


Momento ruim

O returno do campeonato tem sido dos piores para o Cruzeiro, mas a diferença conquistada na primeira fase dá a ele esse crédito extraordinário, que faz com que o sentimento de pânico não tome conta da cabeça dos cruzeirenses. Todo resultado negativo suscita ondas, críticas e análises, na maioria das vezes, desvairadas. O técnico e a qualidade dos jogadores passam a ser questionados, e ninguém do grupo “vale nada”. Esse momento de pressão inusitada é mais um teste para a comissão técnica e para o elenco, como tantos momentos delicados pelos quais o Cruzeiro passou sob o comando de Marcelo.


Sob controle

Até aqui, Marcelo Oliveira foi muito bem na administração dos problemas, e acredito que superará mais essa fase, em que as coisas não têm acontecido da forma desejada. Nada de anormal. É raro um time, de qualquer parte do mundo, manter tanta regularidade no topo, como o Cruzeiro tem conseguido. Ainda mais numa competição tão equilibrada como o Campeonato Brasileiro.


Faz parte

O desequilíbrio provocado pelo Cruzeiro na primeira fase lhe dá essa condição de tranquilidade na tabela. Seus principais perseguidores patinam. O Inter conseguiu ser goleado no meio da semana pela Chapecoense, o Atlético segurou o Fluminense e o São Paulo, com um empate no Maracanã e a vitória de domingo, no Independência. O normal é isso no Brasileiro, mas o Cruzeiro fez diferença no primeiro turno, e isso faz parte do pacote de competências de Marcelo.


Bem na fita

Quem também precisa ser mais valorizado pela torcida é Levir Culpi, que, mesmo com tantos desfalques, por contusão, suspensões ou convocações para a seleção brasileira, conduz o Atlético em uma ótima campanha no segundo turno. Aproveita e lança jogadores da base que têm mostrado serviço.


Em formação

Diego Tardelli resolveu o problema da seleção contra a Argentina em Pequim, e Luan, Carlos, Dátolo e cia. despacharam o São Paulo no Independência, em atuação convincente do Atlético. Foi a volta do time ao grupo dos que têm vaga na Libertadores, mesmo com tantos desfalques no decorrer do campeonato. Tivesse chegado antes do Paulo Autuori, Levir estaria em posição muito melhor com o Galo na tabela.

Palhaçada

É o que o Jô está fazendo com o Atlético e com a carreira dele. Acabou de disputar uma Copa do Mundo, sonho de todo jogador, e imbicou em problemas fora de campo que acabaram com os gols que ele fazia e com a boa imagem que ele conseguiu cultivar em Belo Horizonte. Veio desmoralizado do Internacional exatamente por causa das noitadas, recuperou prestígio e o futebol no Galo e agora pisa na bola.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!