CHICO MAIA

Risco americano e as uvas da Raposa

Redação O Tempo


Publicado em 02 de setembro de 2014 | 03:00
 
 
 
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Recuso-me a acreditar que os departamentos técnico e jurídico do América cometeriam erro primário de deixar que o lateral Eduardo fosse escalado ilegalmente, ao ponto de o Coelho correr risco de perder 21 pontos. Até que o STJD julgue, só tenho a comentar as dificuldades dentro das quatro linhas para o acesso à Série A, já que a disputa entre dez postulantes por quatro vagas é palmo a palmo, ponto a ponto. Enquanto isso o Cruzeiro surfa tranquilo nas ondas até o título, e a melhor previsão que ouvi da sequência do campeonato foi do Carlos Eduardo Éboli e do iniciante e competente técnico Doriva, anteontem, no excelente programa do Éboli, na rádio CBN (todos os domingos, das 9h às 12h): o Cruzeiro pode até passar por momentos ruins em duas, três ou quatro rodadas, porém, os seus principais perseguidores também passarão, e até o último jogo a taça já estará garantida para a galeria da sede azul no Barro Preto. É só pegar a tabela de classificação e ver como Inter, Fluminense e Corinthians penam na briga pelo segundo lugar. O Atlético é aspirante a uma vaga na Libertadores, com mais dificuldades ainda.

Simples assim

Peguemos a arquirrivalidade mineira para exemplificar a sensata análise de Doriva e Carlos Eduardo Éboli: o Cruzeiro passou aperto com a Chapecoense no primeiro tempo no Mineirão, quando perdeu por 1 a 0 e não conseguia se acertar. Na segunda etapa os comandados de Marcelo Oliveira liquidaram com o adversário nos primeiros dez minutos. O Galo enfrentou o Coritiba, semelhante à Chapecoense em ruindade, e foi um empate, sem gols, com enorme dificuldade.

América campeão

Sobre o júnior do América campeão da 30ª Taça BH, fico com o comentário do americano Márcio Amorim, em recado ao técnico Moacir Junior e diretoria: “ Gostaria de ver o ‘professor’ ter competência, coragem e inteligência para escalar o América com Fernando Leal, Elsinho, Renato Santos, Vitor Hugo e Gílson: Leandro Guerreiro, Girotto, Sávio e Patrick; Rubens e Obina. Não custa nada sonhar. Os meninos jogam mesmo, e muito.”

Sempre a Globo

Em gentil telefonema, o presidente da Federação Mineira de Futebol, Castellar Guimarães Neto, antecipou-se a uma cobrança que a coluna faria a ele quanto aos horários impraticáveis dos jogos decisivos da Taça BH de juniores, às 10h15 da quinta-feira e às 21h30 do sábado: a Globosat pagou R$ 300 mil pelos direitos e garantiu a realização de todo o torneio.

Aquisições ruins

Levir Culpi enfrenta a má vontade de alguns companheiros da imprensa, mas a situação dele e a do Atlético é óbvia: um elenco limitado, cujos “reforços” recentes para as laterais se mostram um fracasso. Outros “reforços”, para meio e o ataque, também fracassaram: Guilherme vive no departamento médico, e André é, em campo, aquilo que a foto dele dormindo, espalhada pelas redes sociais, mostra.

Leão em crise

Recebi do jornalista Wagner Augusto Álvares de Freitas, grande villa-novense, reflexões sobre o momento político do Villa, que em cinco anos teve o afastamento e renúncia de quatro presidentes: “Prezado Chico, com 106 anos de história, completados no dia 28 de junho, o Villa Nova Atlético Clube passa por um dos seus mais instáveis momentos administrativos. Nos últimos cinco anos, a agremiação assistiu à renúncia ou ao afastamento de quatro presidentes O primeiro a jogar a toalha foi o ex-zagueiro Luiz Carlos Ferreira, o Luizinho, titular absoluto da seleção na Copa de 82, sob o comando de Telê Santana. Eleito com votação esmagadora, Luizinho ficou apenas cinco meses no cargo, renunciando em maio de 2009. Aproveitando-se do vácuo político no clube, um aventureiro chamado Adão Gomes Filho elegeu-se presidente. Pouco menos de um ano depois, Adão foi afastado pelo conselho deliberativo. Ocorreu então o primeiro caso de impeachment na centenária trajetória do Villa Nova. Após esse tumultuado biênio 2009/2010, Jairo Gomes voltou à presidência. Registrou-se na época um hiato de tranquilidade e boa administração. Reeleito para mais dois anos, Jairo Gomes, lamentavelmente, teve que se afastar por orientação médica. Em outubro de 2013 sucedeu-lhe no cargo Anísio Clemente Filho, o Anisinho. Este renunciou ao cargo nesta semana, menos de dez meses depois de tomar posse. Assume o cargo agora o primeiro vice-presidente, Aécio Prates de Araújo. Homem de bem, empresário vitorioso. O mandato terminará daqui a dois meses. No dia 30 de outubro os conselheiros do Villa Nova voltarão às urnas. O momento é de reflexão e juízo para que o Leão tenha paz para voltar a rugir alto no cenário do nosso futebol.”

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