CHICO MAIA

Vale para Galo, Raposa e Coelho: muito cuidado para não piorar

Redação O Tempo


Publicado em 14 de julho de 2016 | 03:00
 
 
 
normal

O Cruzeiro fez um primeiro tempo muito bom, obrigando o goleiro Weverton a se desdobrar e se tornar o melhor em campo, mas se descontrolou completamente ao tomar o primeiro gol do Atlético-PR, aos 19 minutos do segundo tempo. Outro erro de cálculo do experiente zagueiro Bruno Rodrigo, que tentou recuar uma bola para Fábio. Os 32.042 pagantes que tentaram empurrar o time pareciam não acreditar quando André Lima fez 2 a 0, três minutos depois. Allano, que entrou no lugar de Ariel Cabral, voltou a ser o bode expiatório, sendo vaiado toda vez que pegava na bola.

Menor dos culpados

Uma covardia, explicável, porque a paixão da maioria dos torcedores passa por cima de qualquer bom senso. Tanto que Bruno Rodrigo, numa atitude digna, pediu nas entrevistas, depois do jogo, que não fizessem aquilo com o rapaz, porque “o culpado daquela situação” era ele e não Allano ou Bruno Viana. Aos 34 minutos, André Lima sacramentou a vitória paranaense, botando mais lenha na fogueira cruzeirense. Mais vaias e gritos de “burro... burro...” para Paulo Bento, que tem feito mais do que era de se esperar, em função das circunstâncias em que assumiu e do grupo de jogadores que recebeu de herança.

Racista na área

Minutos depois da derrota cruzeirense, um sujeito que assina Alexandre Ribeiro escreveu em um grupo do Facebook: “Macaco filho da puta”, referindo-se a Allano. Crime e covardia em mais uma manifestação pública de racismo, que deverá dar em nada, mais uma vez. Ainda bem que outros cruzeirenses contestaram imediatamente e pediram respeito logo em seguida à postagem desse infeliz. E faço minhas as palavras do escritor/jornalista Eduardo Murta: “Isso só prova que, pra usar um termo que você gosta, temos ‘cabeças cozidas’ em qualquer torcida. Me lembro de que no ano passado o Jemerson foi vítima de injúria racial. O caso do goleiro Aranha foi emblemático no jogo entre Grêmio e Santos porque as câmeras flagraram uma das agressoras, se lembra? Mas a punição é pra lá de branda. Não é configurada como racismo, cujo crime é inafiançável, mas como ‘injúria racial’. E recordemos situações comuns na Espanha, como as de Neymar. Enfim, temos de ter tolerância zero com os intolerantes, não acha?”

Hora do treinador

A capacidade de Marcelo Oliveira para tirar o Atlético desta situação adversa está sendo posta à prova mais do que nunca. Com tantas contusões e suspensões, ele precisa usar todo o conhecimento que tem do futebol e ser criativo para fazer o time jogar. Mas não é com Patric sendo usado como meia ou atacante que ele conseguirá isso. Patric é lateral- direito, mas está sendo queimado em sucessivas improvisações.

No tempo errado

Se foi precipitado ao demitir Givanildo Oliveira, o América erraria novamente agora se demitisse o treinador Sérgio Vieira, que tem um elenco sofrível nas mãos, além de ter assumido o comando com o Campeonato Brasileiro em andamento. A situação se complicou. As contratações que estão sendo feitas agora, no desespero, deveriam ter sido feitas no fim do ano passado.

Inteligente

Tite está usando a estratégia correta para conquistar a torcida brasileira. Comparece a grande número de jogos do Brasileiro, atende a torcedores, imprensa, dirigentes e colegas dele de profissão, sem barreiras ou frescuras, responde com simplicidade a todas as perguntas e, acima de tudo, valoriza a nova e as antigas gerações de treinadores, já que todos têm a contribuir, como fez nesse Cruzeiro x Atlético-PR, no Mineirão.

Simplicidade e respeito

Tite assistiu ao jogo com Rogério Micale à sua direita e Carlos Alberto Silva à esquerda. Consideração com o comandante da seleção olímpica e com um treinador mineiro, que iniciou uma renovação importante na seleção brasileira no fim dos anos 1980. Perguntado sobre isso, respondeu: “Pedi ao professor Carlos Alberto Silva para vir aqui e dar um abraço. Ele teve uma influência muito grande na minha conduta como caráter. Ele tem a experiência e o know-how.”

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!