THIAGO NOGUEIRA

Meu amigo smartphone

Redação O Tempo


Publicado em 14 de julho de 2017 | 03:00
 
 
 
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Desafio aos torcedores: tente achar nos estádios alguém com aquele velho radinho de pilha. Missão difícil. Já os smartphones plugados aos fones de ouvido estão por todo lado. Não é um advento só do futebol, mas um hábito que já faz parte da vida cotidiana. E o celular na mão não é só para acompanhar a narração do jogo. É para consultar a rede social, cornetar, comemorar, enviar selfies para o grupo de amigos e até acompanhar o replay dos lances duvidosos quase em tempo real.

A partida pode estar pegando fogo, e os torcedores lá, fuçando o celular – “larga isso aí, presta atenção no jogo, pô!”. Conforme-se. É um caminho sem volta. O Brasil tem 242 milhões de aparelhos celulares, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgados em maio. E, no mundo dos negócios, quantidade é sinônimo de dinheiro. Basta saber fidelizar o torcedor para vender. É por isso que empresas especializadas, ligadas direta ou indiretamente ao futebol, têm reforçado cada vez mais suas estratégias para explorar esse nicho.

Mobile marketing. Os conteúdos criados para celulares são boas técnicas para a divulgação de informações de times de futebol. Internacional e Palmeiras criaram projetos para disponibilizar conteúdo exclusivo para sócios e campanhas inteligentes para atrair mais público aos jogos. A tecnologia que eles utilizam é europeia, conhecida como Louyt. É uma ferramenta que permite contar histórias no celular, criar campanhas via smartphone e divulgar produtos e serviços.

Aplicativos. Cruzeiro, Atlético e América já entraram na onda e, além de todo o conteúdo de redes sociais, também investem em conteúdo exclusivo para aplicativos de celulares e tablets. Alerta de gols, calendário de jogos, classificação de campeonatos, notícias, vídeos, fotos e promoções integram o conteúdo. Os programas foram desenvolvidos por empresas belo-horizontinas: o da Raposa e o do Coelho pela CAGDis, e o do Galo, pela StudioMoob.

Offline. Para receber conteúdo, um detalhe é fundamental: estar conectado a uma boa rede de dados. No conforto de casa, no Wi-Fi, a interação costuma ser tranquila. Mas nos estádios, mesmo com um pacote ilimitado de internet, nem sempre será possível encaminhar aquela foto ou publicar um comentário. A queda de sinal acontece por causa da grande concentração de pessoas num mesmo espaço e da intensa utilização de dados por parte dos torcedores.

Super-rede. O time de futebol americano Carolina Panthers instalou em seu estádio, no ano passado, uma rede Wi-Fi com capacidade para fornecer conexão de internet a 75 mil torcedores simultâneos. O clube adotou cerca de 1.200 pontos de acesso e estrutura para superar 20 gigabytes. O próximo passo é a instalação de beacons (serviço de notificação) para integrar smartphones com lanchonetes e outros serviços. O sistema foi desenvolvido pela empresa Aruba.

“Selfiemania”. Segundo o SindiTelebrasil, as 64 partidas da Copa do Mundo do Brasil, em 2014, registraram o envio de 48,5 milhões de fotos das arenas, o correspondente a 26,7 terabytes. O maior tráfego aconteceu em estádios de maior capacidade de público. Só do Maracanã partiram 10,5 milhões de fotos, uma média de 20 imagens por torcedor. Na final entre Alemanha e Argentina, cada pessoa enviou, em média, 35 fotos, um total de 2,6 milhões de registros.

Aliados. Com cada vez mais torcedores consumindo conteúdo esportivo pelo celular e pelas redes sociais, que tal aliar sua marca a iniciativas de sucesso? A Bridgestone, maior fabricante de pneus do mundo, firmou parceria com o canal Desimpedidos para ativar seu patrocínio à Libertadores. Serão criados conteúdos que envolvem a cobertura de jogos e desafios tematizados. O Desimpedidos tem mais de 9 milhões de fãs e seguidores nas plataformas sociais.

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